Opinião

29 abr 23 | 11h20

PSDB de Concórdia poderá sofrer "debandada"

PSDB de Concórdia poderá sofrer "debandada"
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Os rumores não são de agora, dos últimos dias. Já vêm ganhando corpo desde o início de março e nunca estiveram tão fortes como agora. O PSDB concordiense, partido que venceu as duas últimas eleições majoritárias municipais tendo como líder maior o prefeito Rogério Pacheco, poderá passar por um processo de “debandada” (saída em massa de líderes e filiados) nas próximas semanas. O motivo é a aproximação nacional dos principais líderes tucanos com o Governo Lula, especialmente da parte do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. “Ele tem andado, estranhamente, muito simpático as ideias e projetos do atual presidente. E isso está sendo desconfortável para todos nós”, afirmou-me um dos principais interlocutores do PSDB em Concórdia, ao referir-se sobre a postura do governador gaúcho.


Os líderes tucanos concordienses não trabalham com a hipótese de aceitar essa aproximação do PSDB nacional com o projeto do PT, ainda mais que ambas as siglas são historicamente rivais aqui no município. A confirmar-se na prática esse cenário, a alternativa derradeira seria a saída em massa do partido, o que não é descartado ocorrer nas próximas semanas. Ainda mais considerando que Concórdia tornou-se uma cidade de direita nos últimos anos, sendo que 70,52% dos eleitores votantes em 2022 (34.006 votos) depositaram seu voto em Jair Bolsonaro no segundo turno. No primeiro turno, foram 63,60% para Bolsonaro em Concórdia contra 29,23% de votos para Lula.


Olhando para o futuro e caso a debandada venha a se concretizar, os líderes tucanos de Concórdia analisam algumas possibilidades para filiação. Um dos caminhos naturais seria o PP (Progressistas), da Família Amin. Entretanto, surge como entrave a possibilidade de fusão do Progressistas com o União Brasil (UB), discussão que está bastante avançada no Estado e no País. Vale salientar que membros do União Brasil ocupam ministérios dentro do Governo Lula, o que afasta o grupo tucano de Concórdia. Sendo assim, haveria uma outra saída: o Republicanos (número 10), partido do ex-governador Carlos Moisés da Silva. O partido conta com deputado estadual em Santa Catarina e está com alinhamento mais de direita, caminho que deseja ingressar o grupo do PSDB concordiense. Outras alternativas como PSD, PTB, PDT, MDB, e Patriotas não estão sendo consideradas nesse momento. 


Nesta semana que passou, o prefeito de Criciúma anunciou que deverá deixar o PSDB depois de 20 anos de filiação. Clésio Salvaro é um dos principais líderes estaduais do PSDB e, recentemente, recebeu em Criciúma a visita do prefeito Rogério Pacheco. Na ocasião, os dois conversaram sobre a pauta “desembarque do PSDB”. Semanas após a conversa, Salvaro já anuncia sua saída do ninho tucano. Agora é aguardar os próximos desdobramentos e, principalmente, como será a reação do grupo concordiense do partido!

Lúcio Mauro
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29 abr 23 | 11h20 Por Lúcio Mauro

PSDB de Concórdia poderá sofrer "debandada"

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Os rumores não são de agora, dos últimos dias. Já vêm ganhando corpo desde o início de março e nunca estiveram tão fortes como agora. O PSDB concordiense, partido que venceu as duas últimas eleições majoritárias municipais tendo como líder maior o prefeito Rogério Pacheco, poderá passar por um processo de “debandada” (saída em massa de líderes e filiados) nas próximas semanas. O motivo é a aproximação nacional dos principais líderes tucanos com o Governo Lula, especialmente da parte do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. “Ele tem andado, estranhamente, muito simpático as ideias e projetos do atual presidente. E isso está sendo desconfortável para todos nós”, afirmou-me um dos principais interlocutores do PSDB em Concórdia, ao referir-se sobre a postura do governador gaúcho.


Os líderes tucanos concordienses não trabalham com a hipótese de aceitar essa aproximação do PSDB nacional com o projeto do PT, ainda mais que ambas as siglas são historicamente rivais aqui no município. A confirmar-se na prática esse cenário, a alternativa derradeira seria a saída em massa do partido, o que não é descartado ocorrer nas próximas semanas. Ainda mais considerando que Concórdia tornou-se uma cidade de direita nos últimos anos, sendo que 70,52% dos eleitores votantes em 2022 (34.006 votos) depositaram seu voto em Jair Bolsonaro no segundo turno. No primeiro turno, foram 63,60% para Bolsonaro em Concórdia contra 29,23% de votos para Lula.


Olhando para o futuro e caso a debandada venha a se concretizar, os líderes tucanos de Concórdia analisam algumas possibilidades para filiação. Um dos caminhos naturais seria o PP (Progressistas), da Família Amin. Entretanto, surge como entrave a possibilidade de fusão do Progressistas com o União Brasil (UB), discussão que está bastante avançada no Estado e no País. Vale salientar que membros do União Brasil ocupam ministérios dentro do Governo Lula, o que afasta o grupo tucano de Concórdia. Sendo assim, haveria uma outra saída: o Republicanos (número 10), partido do ex-governador Carlos Moisés da Silva. O partido conta com deputado estadual em Santa Catarina e está com alinhamento mais de direita, caminho que deseja ingressar o grupo do PSDB concordiense. Outras alternativas como PSD, PTB, PDT, MDB, e Patriotas não estão sendo consideradas nesse momento. 


Nesta semana que passou, o prefeito de Criciúma anunciou que deverá deixar o PSDB depois de 20 anos de filiação. Clésio Salvaro é um dos principais líderes estaduais do PSDB e, recentemente, recebeu em Criciúma a visita do prefeito Rogério Pacheco. Na ocasião, os dois conversaram sobre a pauta “desembarque do PSDB”. Semanas após a conversa, Salvaro já anuncia sua saída do ninho tucano. Agora é aguardar os próximos desdobramentos e, principalmente, como será a reação do grupo concordiense do partido!