Opinião

13 jul 21 | 16h23

Houve fraude nas eleições de 2018?

Houve fraude nas eleições de 2018?
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O tema esteve presente a cada três entre quatro conversas do final de semana que passou: a suspeita levantada pelo presidente Jair Bolsonaro de que as eleições passadas podem ter sido fraudadas! Trata-se de uma insinuação muito grave que, inclusive, foi rebatida publicamente pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso. Ele publicou nota à imprensa e à sociedade brasileira na sexta-feira, dia 9, assegurando 100% de lisura do sistema eletrônico de votação.


De acordo com o TSE, as urnas eletrônicas foram implantadas oficialmente em 1996 e até hoje, passados 25 anos, nenhuma denúncia ou suspeita de irregularidade acerca delas confirmou-se na prática, garantindo 100% de eficiência do sistema. Através do voto eletrônico, foram eleitos os presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Jair Messias Bolsonaro. Dos quatro eleitos democraticamente até 2018, apenas Bolsonaro passou a questionar a confiabilidade do sistema eletrônico de votação, exigindo a partir de então a implementação do “voto impresso auditável”, que viria a ser um voto eletrônico com comprovante em papel para cada eleitor votante.


Em 2018, Bolsonaro somou 49.276.990 votos (46,03%) no primeiro turno. Fernando Haddad, candidato do PT, recebeu 31.342.005 votos (29,28%) no primeiro turno. No segundo turno, a votação pró-Bolsonaro foi maior ainda: 57.797.847 (55,13%) contra 47.040.906 (44,87%). Os números a favor do presidenciável então no PSL foram expressivos tanto no primeiro como no segundo turno. Entretanto, alguns grupos de seguidores entendem que ele poderia ter vencido com larga vantagem ainda no primeiro turno. Nesse sentido, até hoje ninguém apresentou “provas concretas” à Justiça Eleitoral. Infelizmente, estamos só no campo do “achismo” e das “fake news”!


Propor uma forma de impressão do voto eletrônico é uma coisa, válida e muito importante diga-se de passagem. Agora, duvidar – sem apresentar prova concreta alguma – da confiabilidade de um sistema que já elegeu democraticamente quatro presidentes da República é algo completamente descabido. Se houve efetivamente fraude em 2018, quem garante que não foi favorável a Bolsonaro? Por quê a fraude prejudicaria o atual presidente, se o resultado das urnas bateu exatamente com os números das pesquisas de intenção de voto, inclusive pesquisas contratadas pela campanha do então candidato Jair Bolsonaro?


Sinceramente, o debate sobre “suposta fraude” – repito, sem nenhuma prova concreta apresentada até hoje -, parece-me total perda de tempo ou uma tentativa de tirar o foco de outros assuntos mais relevantes. Todavia, a proposta em análise para uma inclusão de comprovante após o ato de votar é algo que irá representar a evolução de um sistema que é novidade desde 1996. Isso é o que eu penso, minha opinião!

Lúcio Mauro
Passando a limpo

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13 jul 21 | 16h23 Por Lúcio Mauro

Houve fraude nas eleições de 2018?

Houve fraude nas eleições de 2018?

O tema esteve presente a cada três entre quatro conversas do final de semana que passou: a suspeita levantada pelo presidente Jair Bolsonaro de que as eleições passadas podem ter sido fraudadas! Trata-se de uma insinuação muito grave que, inclusive, foi rebatida publicamente pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso. Ele publicou nota à imprensa e à sociedade brasileira na sexta-feira, dia 9, assegurando 100% de lisura do sistema eletrônico de votação.


De acordo com o TSE, as urnas eletrônicas foram implantadas oficialmente em 1996 e até hoje, passados 25 anos, nenhuma denúncia ou suspeita de irregularidade acerca delas confirmou-se na prática, garantindo 100% de eficiência do sistema. Através do voto eletrônico, foram eleitos os presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Jair Messias Bolsonaro. Dos quatro eleitos democraticamente até 2018, apenas Bolsonaro passou a questionar a confiabilidade do sistema eletrônico de votação, exigindo a partir de então a implementação do “voto impresso auditável”, que viria a ser um voto eletrônico com comprovante em papel para cada eleitor votante.


Em 2018, Bolsonaro somou 49.276.990 votos (46,03%) no primeiro turno. Fernando Haddad, candidato do PT, recebeu 31.342.005 votos (29,28%) no primeiro turno. No segundo turno, a votação pró-Bolsonaro foi maior ainda: 57.797.847 (55,13%) contra 47.040.906 (44,87%). Os números a favor do presidenciável então no PSL foram expressivos tanto no primeiro como no segundo turno. Entretanto, alguns grupos de seguidores entendem que ele poderia ter vencido com larga vantagem ainda no primeiro turno. Nesse sentido, até hoje ninguém apresentou “provas concretas” à Justiça Eleitoral. Infelizmente, estamos só no campo do “achismo” e das “fake news”!


Propor uma forma de impressão do voto eletrônico é uma coisa, válida e muito importante diga-se de passagem. Agora, duvidar – sem apresentar prova concreta alguma – da confiabilidade de um sistema que já elegeu democraticamente quatro presidentes da República é algo completamente descabido. Se houve efetivamente fraude em 2018, quem garante que não foi favorável a Bolsonaro? Por quê a fraude prejudicaria o atual presidente, se o resultado das urnas bateu exatamente com os números das pesquisas de intenção de voto, inclusive pesquisas contratadas pela campanha do então candidato Jair Bolsonaro?


Sinceramente, o debate sobre “suposta fraude” – repito, sem nenhuma prova concreta apresentada até hoje -, parece-me total perda de tempo ou uma tentativa de tirar o foco de outros assuntos mais relevantes. Todavia, a proposta em análise para uma inclusão de comprovante após o ato de votar é algo que irá representar a evolução de um sistema que é novidade desde 1996. Isso é o que eu penso, minha opinião!