Concórdia

08 jan 24 | 9h43 Por Luan De Bortoli

Assista: “O sistema estava insustentável”, diz representante da Hodierna em entrevista

Subsídio de R$ 3,5 milhões é para todo o ano e parte dele pode não ser necessário.

Assista: “O sistema estava insustentável”, diz representante da Hodierna em entrevista
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É uma necessidade para sobrevivência. É assim que descreve, em outras palavras, o representante da empresa Hodierna, responsável pela concessão do sistema de transporte público de Concórdia, em meio à polêmica envolvendo o projeto de lei para subsídio de R$ 3,5 milhões do poder público à controladora do serviço, em entrevista à Aliança FM (assista abaixo) na manhã desta segunda-feira, dia 08.

Ao longo dos últimos dias, entre as informações que foram divulgadas sobre o tema, uma dava conta de que no segundo semestre, a empresa pediria um novo subsídio à prefeitura. No entanto, conforme explicou Dagnor Schneider, o valor apresentado pela prefeitura na proposta enviada à Câmara de Vereadores no fim de 2023 é para o ano todo e não apenas para o primeiro semestre.

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O representante também reforçou que os R$ 3,5 milhões são um valor limite que a empresa pode precisar. Ou seja, é possível que não seja necessário de todo este recurso, dependendo de como for o andamento do serviço. “Com a proposta da prefeitura em reduzir para R$4,50 a tarifa, pode ser que o número de passageiros aumente, e assim não seja necessário todo o valor”, explicou.

Insustentável

Durante a entrevista, Dagnor explicou a origem dos problemas financeiros. Conforme os dados apresentados, até 2019, o sistema de transporte público transportava cerca de dois milhões de passageiros por ano. Em 2023, o número caiu para 1,7 milhão. Enquanto isso, o custo operacional seguiu aumentando.

"O custo do sistema passou a ser diluído em um menor número de pagantes, muito isso em função da vinda do transporte por aplicativo em Concórdia", explicou ele, também lembrando que a queda de quase 50% nos passageiros ocorreu durante a pandemia. Hoje, o custo mensal da empresa com o serviço é de cerca de R$ 900 mil.

O custo da tarifa para que a empresa consiga atuar sem prejuízos financeiros seria de R$ 8,50. A prefeitura vem subsidiando desde 2022 para que a tarifa permaneça a menor possível - até então, na casa dos R$ 5,00 (hoje, R$ 8,00).

Com toda esta dificuldade, a empresa apresentou a planilha à prefeitura e reiterou a necessidade de um novo subsídio, pois o serviço poderia correr riscos em 2024. "Falamos para o prefeito que precisaríamos do subsídio em janeiro. Ou o sistema não comporta. A empresa não consegue manter o sistema rodando neste valor. Esta insustentável", comentou ele.

Faltou sensibilidade

Durante a entrevista, o representante da Hodierna também comentou sobre a polêmica criada em torno do assunto e lamentou que o assunto tenha virado uma discussão pública da forma que vem ocorrendo.

“O tema foi politizado. O prefeito até poderia ter mandado o projeto com mais antecedência. Mas isso não inibe a responsabilidade da câmara de entender a relevância do tema, de provocar um debate, entendendo que o prefeito havia sido comunicado que, se não houvesse o subsídio, o sistema corria riscos. Entendo que houve falta de sensibilidade, acho que precisa de mais espírito público”, desabafa.

Ele lembrou ainda na entrevista que o modelo de subsídios não é exclusivo de Concórdia e nem é novidade. Várias cidades catarinenses atuam desta forma para auxiliar a empresa que controla o sistema. Para ele, também não é momento, ainda, da tarifa zero. Conforme Dagnor, não é a solução adequada até agora e precisa ser introduzida de forma progressiva na linha do tempo, sendo feita a média e longo prazo. 

O serviço

A Hodierna é concessionária do sistema de transporte desde 2014, quando assinou o contrato pelo valor de R$ 1,7 milhão. O contrato vale até 2026. Dagnor ressaltou na entrevista que não reconhece o cálculo de R$ 35 milhões para rompimento de contrato entre as partes, e que não é a intenção da empresa o fim da parceria.

Atualmente, a empresa possui um sistema com cerca de 30 ônibus circulando pela cidade, fazendo em torno de 75 mil km por mês. São 200 horários diários, com 24 linhas e uma média de 100 a 109 mil passageiros equivalentes (que pagam pela tarifa). 

“E precisa ser destacada a qualidade do serviço da Hodierna. Um sistema que não tem grandes atrasos, poucos acidentes, motoristas de alta performance. A atividade nossa é reconhecida em outros municípios”, finaliza.


Veja abaixo a entrevista completa.

08 jan 24 | 9h43 Por Luan De Bortoli

Assista: “O sistema estava insustentável”, diz representante da Hodierna em entrevista

Subsídio de R$ 3,5 milhões é para todo o ano e parte dele pode não ser necessário.

Assista: “O sistema estava insustentável”, diz representante da Hodierna em entrevista

É uma necessidade para sobrevivência. É assim que descreve, em outras palavras, o representante da empresa Hodierna, responsável pela concessão do sistema de transporte público de Concórdia, em meio à polêmica envolvendo o projeto de lei para subsídio de R$ 3,5 milhões do poder público à controladora do serviço, em entrevista à Aliança FM (assista abaixo) na manhã desta segunda-feira, dia 08.

Ao longo dos últimos dias, entre as informações que foram divulgadas sobre o tema, uma dava conta de que no segundo semestre, a empresa pediria um novo subsídio à prefeitura. No entanto, conforme explicou Dagnor Schneider, o valor apresentado pela prefeitura na proposta enviada à Câmara de Vereadores no fim de 2023 é para o ano todo e não apenas para o primeiro semestre.

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O representante também reforçou que os R$ 3,5 milhões são um valor limite que a empresa pode precisar. Ou seja, é possível que não seja necessário de todo este recurso, dependendo de como for o andamento do serviço. “Com a proposta da prefeitura em reduzir para R$4,50 a tarifa, pode ser que o número de passageiros aumente, e assim não seja necessário todo o valor”, explicou.

Insustentável

Durante a entrevista, Dagnor explicou a origem dos problemas financeiros. Conforme os dados apresentados, até 2019, o sistema de transporte público transportava cerca de dois milhões de passageiros por ano. Em 2023, o número caiu para 1,7 milhão. Enquanto isso, o custo operacional seguiu aumentando.

"O custo do sistema passou a ser diluído em um menor número de pagantes, muito isso em função da vinda do transporte por aplicativo em Concórdia", explicou ele, também lembrando que a queda de quase 50% nos passageiros ocorreu durante a pandemia. Hoje, o custo mensal da empresa com o serviço é de cerca de R$ 900 mil.

O custo da tarifa para que a empresa consiga atuar sem prejuízos financeiros seria de R$ 8,50. A prefeitura vem subsidiando desde 2022 para que a tarifa permaneça a menor possível - até então, na casa dos R$ 5,00 (hoje, R$ 8,00).

Com toda esta dificuldade, a empresa apresentou a planilha à prefeitura e reiterou a necessidade de um novo subsídio, pois o serviço poderia correr riscos em 2024. "Falamos para o prefeito que precisaríamos do subsídio em janeiro. Ou o sistema não comporta. A empresa não consegue manter o sistema rodando neste valor. Esta insustentável", comentou ele.

Faltou sensibilidade

Durante a entrevista, o representante da Hodierna também comentou sobre a polêmica criada em torno do assunto e lamentou que o assunto tenha virado uma discussão pública da forma que vem ocorrendo.

“O tema foi politizado. O prefeito até poderia ter mandado o projeto com mais antecedência. Mas isso não inibe a responsabilidade da câmara de entender a relevância do tema, de provocar um debate, entendendo que o prefeito havia sido comunicado que, se não houvesse o subsídio, o sistema corria riscos. Entendo que houve falta de sensibilidade, acho que precisa de mais espírito público”, desabafa.

Ele lembrou ainda na entrevista que o modelo de subsídios não é exclusivo de Concórdia e nem é novidade. Várias cidades catarinenses atuam desta forma para auxiliar a empresa que controla o sistema. Para ele, também não é momento, ainda, da tarifa zero. Conforme Dagnor, não é a solução adequada até agora e precisa ser introduzida de forma progressiva na linha do tempo, sendo feita a média e longo prazo. 

O serviço

A Hodierna é concessionária do sistema de transporte desde 2014, quando assinou o contrato pelo valor de R$ 1,7 milhão. O contrato vale até 2026. Dagnor ressaltou na entrevista que não reconhece o cálculo de R$ 35 milhões para rompimento de contrato entre as partes, e que não é a intenção da empresa o fim da parceria.

Atualmente, a empresa possui um sistema com cerca de 30 ônibus circulando pela cidade, fazendo em torno de 75 mil km por mês. São 200 horários diários, com 24 linhas e uma média de 100 a 109 mil passageiros equivalentes (que pagam pela tarifa). 

“E precisa ser destacada a qualidade do serviço da Hodierna. Um sistema que não tem grandes atrasos, poucos acidentes, motoristas de alta performance. A atividade nossa é reconhecida em outros municípios”, finaliza.


Veja abaixo a entrevista completa.