A poeira ainda está baixando e o rescaldo das eleições de 2022 levará mais um bom tempo. Muita coisa aconteceu desde a noite do dia 30, quando o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, foi declarado vencedor de uma das disputas mais acirradas para Presidente da República, pelo menos no período pós-ditatura militar, encerrado no fim dos anos 80.
Diferente de 2018, as razões e os porquês do resultado das urnas desse ano levarão mais tempo para serem revelados ou respondidos. Quem viver, verá! Quando Jair Bolsonaro se elegeu há quatro anos, o que prevaleceu naquele momento foi um sentimento de mudança, tendo as constantes crises (políticas, econômicas e institucionais) do governo anterior, justamente do PT, como combustível e isso se refletiu nas urnas naquela eleição.
Enquanto aguardamos respostas sobre o que pode ter sido determinante para a não reeleição de Bolsonaro e o retorno de Lula para o seu terceiro mandato como Presidente da República, podemos afirmar - e as urnas confirmaram isso - que o país está dividido pela polarização. Não me lembro de ter presenciado antes uma cisão tão clara entre direita e esquerda como estamos tendo em 2022. Os 2,1 milhões de votos de diferença pró-Lula estão aí para ilustrar e escancarar essa realidade! Num universo de 156 milhões de eleitores, é uma diferença estretíssima.
Mas o que esperar desse novo governo Lula?
Para tentar tecer qualquer previsão que venha a ficar próxima da realidade lá na frente, quero dizer que em se tratando de política "acontecem fenômenos impensáveis por razões que a própria razão desconhece". Mas diante do que se tem até aqui, não é nenhum exagero afirmar que Lula terá pelo menos um primeiro ano de extrema dificuldade.
Sendo suscinto, parto do princípio de que ele não tem a maioria no Congresso Nacional e terá que buscar esse respaldo para as suas pautas de governo. Isso vai demandar de muita conversa, muita negociação e acordos para tentar "governar o governo para depois governar o país". O passado recente de processos, condenações, prisão e descondenações do agora Presidente eleito será uma barreira dura de ser derrubada. O obstáculo advém dele mesmo e deve refletir em Brasília.
Mas o maior desafio de Lula não está no Congresso Nacional. E sim, na opinião pública! A mais recentes reações depois das eleições provam que a oposição de parte da população poderá ser a mais contundente da história da política desde a redemocratização. Todos viram que o legítimo descontentamento de parte da direita fez com que atos, ao meu ver desnecessários, fossem praticados como o fechamento de rodovias em sinal de protesto. Foi um cartão de visitas de uma parcela da sociedade que demonstrou disposição em se tornar extremamente vigilante às ações do governo vindouro. Volto a bater na tecla. Tudo isso, também é resultado de um passado recente do agora Presidente eleito!
O desafio de Luiz Inácio Lula da Silva é gigantesco! Ele tem a missão praticamente impossível de recuperar a confiança da metade do país que não o referendou nas urnas, negociar governabilidade com o congresso nacional, enfrentar desde já os olhares extremamente críticos e vigilantes de uma parcela significativa da sociedade, atrair a confiança internacional e unir um país clamorosamente dividido! O cenário que se desenha é de muita dificuldade!!!
A poeira ainda está baixando e o rescaldo das eleições de 2022 levará mais um bom tempo. Muita coisa aconteceu desde a noite do dia 30, quando o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, foi declarado vencedor de uma das disputas mais acirradas para Presidente da República, pelo menos no período pós-ditatura militar, encerrado no fim dos anos 80.
Diferente de 2018, as razões e os porquês do resultado das urnas desse ano levarão mais tempo para serem revelados ou respondidos. Quem viver, verá! Quando Jair Bolsonaro se elegeu há quatro anos, o que prevaleceu naquele momento foi um sentimento de mudança, tendo as constantes crises (políticas, econômicas e institucionais) do governo anterior, justamente do PT, como combustível e isso se refletiu nas urnas naquela eleição.
Enquanto aguardamos respostas sobre o que pode ter sido determinante para a não reeleição de Bolsonaro e o retorno de Lula para o seu terceiro mandato como Presidente da República, podemos afirmar - e as urnas confirmaram isso - que o país está dividido pela polarização. Não me lembro de ter presenciado antes uma cisão tão clara entre direita e esquerda como estamos tendo em 2022. Os 2,1 milhões de votos de diferença pró-Lula estão aí para ilustrar e escancarar essa realidade! Num universo de 156 milhões de eleitores, é uma diferença estretíssima.
Mas o que esperar desse novo governo Lula?
Para tentar tecer qualquer previsão que venha a ficar próxima da realidade lá na frente, quero dizer que em se tratando de política "acontecem fenômenos impensáveis por razões que a própria razão desconhece". Mas diante do que se tem até aqui, não é nenhum exagero afirmar que Lula terá pelo menos um primeiro ano de extrema dificuldade.
Sendo suscinto, parto do princípio de que ele não tem a maioria no Congresso Nacional e terá que buscar esse respaldo para as suas pautas de governo. Isso vai demandar de muita conversa, muita negociação e acordos para tentar "governar o governo para depois governar o país". O passado recente de processos, condenações, prisão e descondenações do agora Presidente eleito será uma barreira dura de ser derrubada. O obstáculo advém dele mesmo e deve refletir em Brasília.
Mas o maior desafio de Lula não está no Congresso Nacional. E sim, na opinião pública! A mais recentes reações depois das eleições provam que a oposição de parte da população poderá ser a mais contundente da história da política desde a redemocratização. Todos viram que o legítimo descontentamento de parte da direita fez com que atos, ao meu ver desnecessários, fossem praticados como o fechamento de rodovias em sinal de protesto. Foi um cartão de visitas de uma parcela da sociedade que demonstrou disposição em se tornar extremamente vigilante às ações do governo vindouro. Volto a bater na tecla. Tudo isso, também é resultado de um passado recente do agora Presidente eleito!
O desafio de Luiz Inácio Lula da Silva é gigantesco! Ele tem a missão praticamente impossível de recuperar a confiança da metade do país que não o referendou nas urnas, negociar governabilidade com o congresso nacional, enfrentar desde já os olhares extremamente críticos e vigilantes de uma parcela significativa da sociedade, atrair a confiança internacional e unir um país clamorosamente dividido! O cenário que se desenha é de muita dificuldade!!!