Agronegócio

28 ago 18 | 7h50 Por Rádio Aliança

Cereais de Inverno poderão suprir a falta de milho

Variedade de trigo que não serve para panificação já está em fase de teste

Cereais de Inverno poderão suprir a falta de milho
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Santa Catarina estuda uma alternativa para amenizar o maior problema da cadeia produtiva de aves e suínos, que é a falta de milho para a nutrição animal. Maior produtor e exportador de carne suína do país, todos os anos quatro milhões de toneladas de milho saem do Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul para alimentar os planteis catarinenses. O que está se discutindo agora é a possibilidade de apostar no cultivo dos cereais de Inverno para reduzir a compra de milho, já que o Estado consome sete milhões de toneladas do grão por ano e produz menos da metade disso.

 

O secretário de Estado da Agricultura, Airton Spies, diz que essa prática já é adotada em vários países. Segundo ele, em Santa Catarina há possibilidade de produzir trigo, triticale e cevada durante o Inverno. “O Brasil infelizmente nunca se preocupou em desenvolver essas variedades de alta produtividade, nosso foco sempre foi produzir cereais para panificação. Agora estamos pensando justamente nisso”, afirma Spies.

 

O desafio será melhorar a produtividade do trigo. O secretário de Agricultura afirma que atualmente a média de colheita é de três mil kg por hectare, mas existem variedades com condições de dobrar essa produtividade, mas que não são aptas à produção de farinha.  “Nossa proposta é aproveitar essa janela do Inverno e produzir esses cereais, mesmo que não sejam usados para a alimentação humana", acrescenta Spes.

 

Em Santa Catarina há 700 mil hectares de terra que no Verão são usados para produzir soja e no Inverno se planta apenas azevém ou aveia para fazer cobertura de solo. “É uma oportunidade perdida que poderia gerar mais renda e ajudar a dar sustentação à produção de proteína animal, que é o carro-chefe da nossa economia agropecuária”, opina o secretário.

 

Trigo em fase de testes

 

Para essa ideia ser viabilizada na prática é necessário melhorar a produtividade e o ganho dos produtores rurais com o cultivo de trigo. Além disso, é preciso envolver tecnologia e ter inserção no mercado.

 

A pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, Teresinha Bertol, conta que esse assunto começou a ser discutido há cinco anos, quando se percebeu a deficiência de matéria-prima para produção de proteína animal em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. A ideia de usar cereais de Inverno para nutrição animal é discutida pelo governo de Santa Catarina em parceria com a Embrapa Trigo de Passo Fundo, Embrapa Suínos e Aves de Concórdia, e cooperativas que integram a Fecoagro.

 

A pesquisadora comenta que a Embrapa Trigo já fazendo testes com algumas sementes e a Embrapa Suínos e Aves vai se envolver na avaliação nutricional das variedades que serão testadas. Em breve vão iniciar os testes em Santa Catarina. Na opinião de Teresinha Bertol, esses estudos poderão trazer grandes benefícios. “O principal será suprir essa falta de milho que há nos Estados do Sul. O alto custo do frete para trazer o milho de outras regiões encarece a produção e, com isso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul perdem a competitividade”.

 

 

 

28 ago 18 | 7h50 Por Rádio Aliança

Cereais de Inverno poderão suprir a falta de milho

Variedade de trigo que não serve para panificação já está em fase de teste

Cereais de Inverno poderão suprir a falta de milho

Santa Catarina estuda uma alternativa para amenizar o maior problema da cadeia produtiva de aves e suínos, que é a falta de milho para a nutrição animal. Maior produtor e exportador de carne suína do país, todos os anos quatro milhões de toneladas de milho saem do Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul para alimentar os planteis catarinenses. O que está se discutindo agora é a possibilidade de apostar no cultivo dos cereais de Inverno para reduzir a compra de milho, já que o Estado consome sete milhões de toneladas do grão por ano e produz menos da metade disso.

 

O secretário de Estado da Agricultura, Airton Spies, diz que essa prática já é adotada em vários países. Segundo ele, em Santa Catarina há possibilidade de produzir trigo, triticale e cevada durante o Inverno. “O Brasil infelizmente nunca se preocupou em desenvolver essas variedades de alta produtividade, nosso foco sempre foi produzir cereais para panificação. Agora estamos pensando justamente nisso”, afirma Spies.

 

O desafio será melhorar a produtividade do trigo. O secretário de Agricultura afirma que atualmente a média de colheita é de três mil kg por hectare, mas existem variedades com condições de dobrar essa produtividade, mas que não são aptas à produção de farinha.  “Nossa proposta é aproveitar essa janela do Inverno e produzir esses cereais, mesmo que não sejam usados para a alimentação humana", acrescenta Spes.

 

Em Santa Catarina há 700 mil hectares de terra que no Verão são usados para produzir soja e no Inverno se planta apenas azevém ou aveia para fazer cobertura de solo. “É uma oportunidade perdida que poderia gerar mais renda e ajudar a dar sustentação à produção de proteína animal, que é o carro-chefe da nossa economia agropecuária”, opina o secretário.

 

Trigo em fase de testes

 

Para essa ideia ser viabilizada na prática é necessário melhorar a produtividade e o ganho dos produtores rurais com o cultivo de trigo. Além disso, é preciso envolver tecnologia e ter inserção no mercado.

 

A pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, Teresinha Bertol, conta que esse assunto começou a ser discutido há cinco anos, quando se percebeu a deficiência de matéria-prima para produção de proteína animal em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. A ideia de usar cereais de Inverno para nutrição animal é discutida pelo governo de Santa Catarina em parceria com a Embrapa Trigo de Passo Fundo, Embrapa Suínos e Aves de Concórdia, e cooperativas que integram a Fecoagro.

 

A pesquisadora comenta que a Embrapa Trigo já fazendo testes com algumas sementes e a Embrapa Suínos e Aves vai se envolver na avaliação nutricional das variedades que serão testadas. Em breve vão iniciar os testes em Santa Catarina. Na opinião de Teresinha Bertol, esses estudos poderão trazer grandes benefícios. “O principal será suprir essa falta de milho que há nos Estados do Sul. O alto custo do frete para trazer o milho de outras regiões encarece a produção e, com isso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul perdem a competitividade”.