Nossa Opinião

Derrota da situação do Legislativo também encontra explicações dentro dela mesma

por: Rádio Aliança

Depois do leite derramado, fica cômodo fazer qualquer tipo de análise sobre os motivos, razões e circunstâncias que possibilitaram a vitória da oposição, que trabalhou para conduzir o vereador situacionista Mauro Fretta, do PSB, ao comando da Casa de Leis de Concórdia a partir de 2019.


Claro que a oposição teve méritos neste forte, aguerrido e intenso trabalho de bastidor que marcou os últimos dias que antecederam o pleito, na manhã da terça-feira, dia 11. Porém, a derrota do bloco de situação também encontra razões dentro dele mesmo.


Em uma delas, a falta de capacidade de articulação a longo prazo em torno de um nome e o devido preparo desse nome para esse momento. Através de conversas nos bastidores, ficou nítido que o nome de Jaderson Miguel não tinha a simpatia da maioria dos pares da casa, mesmo tendo o voto de quase a metade. Isso se comprova pelo fato de outros vereadores da situação também terem externado esse desejo de concorrer a esse cargo nas últimas semanas. Isso por si só, demonstra que não estava havendo o entendimento em torno de um nome, em especial o de Jaderson, dentro do bloco da situação. Por outro lado, um dos nomes da base aliada foi abraçado pela oposição e deu no que deu!


Por outro lado, o próprio Jaderson Miguel, do PSD, que sempre se intitulou independente - e não há nada que o desabone nesta afirmação - no que pese ter estado do lado do Governo Municipal na maioria das discussões, esteve um pouco discreto nas abordagens na tribuna da Casa de Leis e há quem diga que estaria vivendo um isolamento dentro do parlamento. O motivo, eu não sei! Só sei que nem a força de articulação do vice-prefeito Edilson Massocco foi o suficiente para reverter esse quadro internamente. Massocco que havia sido decisivo na eleição de Artêmio Ortigara para a presidência da Câmara de Vereadores há dois anos.


Fica a impressão de que ninguém percebeu esse cenário adverso para Jaderson Miguel a tempo de mudar as peças no tabuleiro e dar o esperado xeque-mate na última Sessão da Câmara de Vereadores desse ano. Esperado porque a situação é maioria numérica no Legislativo da Capital do Trabalho e mesmo assim foi desarticulada.


No frigir dos ovos, o vereador Mauro Fretta, do PSB, provou que seria a alternativa viável para o bloco governista continuar no comando da Casa de Leis. O próprio bloco, por alguma razão, teve que insistir na candidatura de Jaderson Miguel. Por outro lado, a oposição enxergou em Fretta uma alternativa para esse objetivo e deu no que deu! [


Mas a derrota da situação também encontra razões no passado não muito distante. Há quase dois anos, quando essa legislatura iniciou os trabalhos e fez a eleição da Mesa Diretora, Jaderson Miguel foi cortejado pela oposição para ser o candidato a presidente pelo bloco e com chances reais de ganhar naquela oportunidade. Porém o vereador do PSD declinou dessa oportunidade sob o argumento de não estar alinhado com os partidos de esquerda, seguindo orientação de seus eleitores. Em ato contínuo apoiou e votou em Artêmio Ortigara, do Partido da República, que venceu aquela contenda.

 

Naquela ocasião, a candidata derrotada foi a vereadora, Marilane Fiametti Stuani, do MDB, a mesma que ao meu ver deu o voto decisivo para Mauro Fretta, do PSB. Acredito que aquele episódio pesou para a decisão da parlamentar, na hora de de declarar o seu voto na manhã de ontem. Afinal de contas, a política também é feita de "dia após dia".