Nossa Opinião

22 mar 19 | 13h05 Por Rádio Aliança

Dia Mundial da Água: É preciso harmonizar preservação com desenvolvimento

Região é privilegiada em quantidade de água disponível. O problema é a qualidade.

Dia Mundial da Água: É preciso harmonizar preservação com desenvolvimento
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O Dia Mundial da Água, celebrado hoje, nos remete a várias reflexões sobre a utilização desse recurso hídrico fundamental para a existência de uma coisa chamada vida. A preservação da água é um assunto vasto e com varios vieses, que vão desde saúde humana até a preservação da natureza.

 

Para nós, no Oeste de Santa Catarina, a água tem outra importância, certamente numa escala menor que a preservação da vida e do ecossistema, ela também é um insumo importante para a nossa produção agrícola. Portanto, ela é um notável item econômico.

 

O Mesa Redonda desta sexta-feira debateu o assunto e os especialistas convidados para o programa chegaram a conclusão que, em termos de quantidade, a nossa região é privilegiada. Temos relativa abundância de água superficial e subterrânea. As chuvas aqui são predominantemente regulares, o que garante o ciclo da reciclagem dessa mesma água.

 

Porém, o problema é a qualidade da água. O nosso sistema de produção, na medida que utiliza muita água para o rebanho de animais e para plantações, é também responsável por parte da contaminação que é verificada, em níveis variáveis, em rios e córregos da região. Claro que o esgoto doméstico produzido na cidade também tem uma parcela de culpa quase que majoritária nesta problemática. É só olhar para o rio dos Queimados! O principal rio que corta a área urbana de Concórdia ainda recebe boa parte dos detritos de imóveis que estão ao longo da seu leito ou próximo dele. 

 

Para a área rural, a questão do cuidado com a água é um caminho que tem um discurso único e parte da harmonização da produção com a preservação. Em outras palavras, não se pode minguar o agronegócio em nome da preservação, do mesmo modo que não pode haver uma poluição desenfreada dos mananciais em nome da produção agrícola. É preciso equilíbrio e harmonia. Para isso há estudos, monitoramentos e coletas de informações feitas por entidades, como por exemplo o Comitê da Bacia do Rio Jacutinga, que fornecem esse estudo para a tomada de decisões visando criação de políticas públicas, seja para a preservação da água ou para otimizar a produção de animais e plantações. É um trabalho longo e difícil, mas há uma convergência de que esse é o caminho a ser percorrido.

 

Para a cidade, tudo passa pela discussão do Plano Sócio Ambiental, que já está em andamento e ontem teve mais um debate sobre esse estudo, que visa disciplinar a ocupação de áreas urbanas, com atenção para as margens de rios e córregos. Dentre as várias prerrogativas, está a de disciplinar a distância de construções desses cursos de água. Sobre esse ponto, o debate promete ser intenso. Há quem defenda que essa distância deva ser a menor possível de cursos de água, dentro dos parâmetros legais. Tese abraçada por entidades ligadas ao ramo da construção civil. 

 

Já para quem é da área biológica, essa distância de construção dos riachos na área urbana deve ser maior. Além da preservação, o impacto das fortes chuvas, que já provocam transtornos hoje em Concórdia, é outro argumento. Portanto, é um ponto do plano que vai gerar debates alongados. 

 

Os dois lados têm argumentos fundamentados e todos os pontos precisam ser analisados. Tudo isso, em nome da harmonização e do equilíbrio.

22 mar 19 | 13h05 Por Rádio Aliança

Dia Mundial da Água: É preciso harmonizar preservação com desenvolvimento

Região é privilegiada em quantidade de água disponível. O problema é a qualidade.

Dia Mundial da Água: É preciso harmonizar preservação com desenvolvimento

O Dia Mundial da Água, celebrado hoje, nos remete a várias reflexões sobre a utilização desse recurso hídrico fundamental para a existência de uma coisa chamada vida. A preservação da água é um assunto vasto e com varios vieses, que vão desde saúde humana até a preservação da natureza.

 

Para nós, no Oeste de Santa Catarina, a água tem outra importância, certamente numa escala menor que a preservação da vida e do ecossistema, ela também é um insumo importante para a nossa produção agrícola. Portanto, ela é um notável item econômico.

 

O Mesa Redonda desta sexta-feira debateu o assunto e os especialistas convidados para o programa chegaram a conclusão que, em termos de quantidade, a nossa região é privilegiada. Temos relativa abundância de água superficial e subterrânea. As chuvas aqui são predominantemente regulares, o que garante o ciclo da reciclagem dessa mesma água.

 

Porém, o problema é a qualidade da água. O nosso sistema de produção, na medida que utiliza muita água para o rebanho de animais e para plantações, é também responsável por parte da contaminação que é verificada, em níveis variáveis, em rios e córregos da região. Claro que o esgoto doméstico produzido na cidade também tem uma parcela de culpa quase que majoritária nesta problemática. É só olhar para o rio dos Queimados! O principal rio que corta a área urbana de Concórdia ainda recebe boa parte dos detritos de imóveis que estão ao longo da seu leito ou próximo dele. 

 

Para a área rural, a questão do cuidado com a água é um caminho que tem um discurso único e parte da harmonização da produção com a preservação. Em outras palavras, não se pode minguar o agronegócio em nome da preservação, do mesmo modo que não pode haver uma poluição desenfreada dos mananciais em nome da produção agrícola. É preciso equilíbrio e harmonia. Para isso há estudos, monitoramentos e coletas de informações feitas por entidades, como por exemplo o Comitê da Bacia do Rio Jacutinga, que fornecem esse estudo para a tomada de decisões visando criação de políticas públicas, seja para a preservação da água ou para otimizar a produção de animais e plantações. É um trabalho longo e difícil, mas há uma convergência de que esse é o caminho a ser percorrido.

 

Para a cidade, tudo passa pela discussão do Plano Sócio Ambiental, que já está em andamento e ontem teve mais um debate sobre esse estudo, que visa disciplinar a ocupação de áreas urbanas, com atenção para as margens de rios e córregos. Dentre as várias prerrogativas, está a de disciplinar a distância de construções desses cursos de água. Sobre esse ponto, o debate promete ser intenso. Há quem defenda que essa distância deva ser a menor possível de cursos de água, dentro dos parâmetros legais. Tese abraçada por entidades ligadas ao ramo da construção civil. 

 

Já para quem é da área biológica, essa distância de construção dos riachos na área urbana deve ser maior. Além da preservação, o impacto das fortes chuvas, que já provocam transtornos hoje em Concórdia, é outro argumento. Portanto, é um ponto do plano que vai gerar debates alongados. 

 

Os dois lados têm argumentos fundamentados e todos os pontos precisam ser analisados. Tudo isso, em nome da harmonização e do equilíbrio.