Nossa Opinião

21 mar 19 | 12h35 Por Rádio Aliança

Nunca na história desse país tivemos dois ex-presidentes presos em pouco tempo

Prisão de Michel Temer revela que a corrupção é um comportamento inerente a humanos, não a partidos políticos.

Nunca na história desse país tivemos dois ex-presidentes presos em pouco tempo
Imprimir

O Brasil foi pego de surpresa agora no fim da manhã desta quinta-feira, dia 21, com a prisão preventiva do ex-Presidente da República, Michel Temer. Ele foi detido em São Paulo pela Polícia Federal através de determinação da Justiça Federal, pelo crime de recebimento de propina. A prisão de Temer, do ex-ministro Moreira Franco e de outras seis pessoas é um desdobramento de uma das fases da Operação Lava Jato, que apurou o pagamento de propina em sua 16ª fase, conhecida como radioatividade.

 

Nunca na história desse país, uma parte setor político esteve tão apreensivo com a Justiça, como acontece hoje. E não é para menos, afinal de contas já são dois ex-presidentes da República que agora estão atrás das grades, num curto intervalo de tempo entre uma detenção e outra. Isso é um indicativo de que as coisas podem estar mudando e antes, quem se autoproclamava intocável, está susceptível a ir para a cadeia a qualquer momento.

 

Porém, diferente de Lula, que quando se entregou à Polícia Federal após ficar amotinado na sede do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo, transformou sua prisão em ato político, a detenção de temer foi mais melancólica. Ele foi pego com as calças na mão e conduzido para exames sem que houvesse tempo para qualquer manifestação popular antecipada.

 

Tanto Lula, quanto Michel Temer, dois dos últimos presidentes do Brasil, estão guardados pela Justiça pela prática de corrupção, neste caso, propina. Essas prisões, que são emblemáticas para a história política brasileira, não significam que a corrupção está maior ou menor do que em outros tempos. A corrupção sempre existiu. O que está acontecendo é uma resposta ao meu ver mais efetiva da Justiça. Aliás, onde houver a presença ou a intervenção de ações humanas, a corrupção poderá acontecer. Ela é inerente à nossa capacidade de sermos racionais. E ser racional, não é necessariamente ser correto.

 

Na política brasileira, a corrupção sempre existiu. Independente da proporção, maior ou menor, ela sempre estava lá querendo colo ou no colo do poder. Se formos falar de corrupção, precisaríamos de um dia inteiro para tentar explorar o assunto. É um tema de fácil compreensão, embora sua explicação e sua natureza  sejam complexas.

 

O que me deixa mais estarrecido é que, se a Lava Jato tiver continuidade, Michel Temer não será o último peixe graúdo a ser preso. Se ir a fundo, outros nomes tradicionais poderão aparecer com as mãos algemadas, independente da denominação partidária. Sim, a sigla política não importa porque a corrupção é uma chaga que afeta a todos, do PT, passando pelo MDB e PSDB ao imaculado PSL, com suas candidaturas laranjas.

 

Como já frisado, a corrupção é um comportamento passível do ser humano. Mas em se tratando de política, a única forma viável para minimizar (não acabar! É impossível. Mas minimizar) é fazendo uma reforma profunda na política. A gente está sob a tutela de um regime de presidencialismo de coalizão, que é o pior que existe e é um terreno fértil para atos de corrupção, a começar pelo toma lá, da cá e outras trocas de favores.  A prova disso está aí e a gente vê todo dia nos telejornais.

 

O problema de uma eventual discussão sobre essa reforma é que ela seria articulada, formulada e analisada por figuras politicas, que certamente não teriam interesse pleno por uma mudança no sistema. E outra, qual regime político adotaríamos? Ou que fosse o mais próximo possível da nossa realidade? Sinceramente, eu não sei!

 

É o típico caso de que é preciso mudança, mas não sabemos qual caminho seguir!!!

 

Enquanto indagamos sobre isso, a qualquer momento alguém poderá ser preso.

21 mar 19 | 12h35 Por Rádio Aliança

Nunca na história desse país tivemos dois ex-presidentes presos em pouco tempo

Prisão de Michel Temer revela que a corrupção é um comportamento inerente a humanos, não a partidos políticos.

Nunca na história desse país tivemos dois ex-presidentes presos em pouco tempo

O Brasil foi pego de surpresa agora no fim da manhã desta quinta-feira, dia 21, com a prisão preventiva do ex-Presidente da República, Michel Temer. Ele foi detido em São Paulo pela Polícia Federal através de determinação da Justiça Federal, pelo crime de recebimento de propina. A prisão de Temer, do ex-ministro Moreira Franco e de outras seis pessoas é um desdobramento de uma das fases da Operação Lava Jato, que apurou o pagamento de propina em sua 16ª fase, conhecida como radioatividade.

 

Nunca na história desse país, uma parte setor político esteve tão apreensivo com a Justiça, como acontece hoje. E não é para menos, afinal de contas já são dois ex-presidentes da República que agora estão atrás das grades, num curto intervalo de tempo entre uma detenção e outra. Isso é um indicativo de que as coisas podem estar mudando e antes, quem se autoproclamava intocável, está susceptível a ir para a cadeia a qualquer momento.

 

Porém, diferente de Lula, que quando se entregou à Polícia Federal após ficar amotinado na sede do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo, transformou sua prisão em ato político, a detenção de temer foi mais melancólica. Ele foi pego com as calças na mão e conduzido para exames sem que houvesse tempo para qualquer manifestação popular antecipada.

 

Tanto Lula, quanto Michel Temer, dois dos últimos presidentes do Brasil, estão guardados pela Justiça pela prática de corrupção, neste caso, propina. Essas prisões, que são emblemáticas para a história política brasileira, não significam que a corrupção está maior ou menor do que em outros tempos. A corrupção sempre existiu. O que está acontecendo é uma resposta ao meu ver mais efetiva da Justiça. Aliás, onde houver a presença ou a intervenção de ações humanas, a corrupção poderá acontecer. Ela é inerente à nossa capacidade de sermos racionais. E ser racional, não é necessariamente ser correto.

 

Na política brasileira, a corrupção sempre existiu. Independente da proporção, maior ou menor, ela sempre estava lá querendo colo ou no colo do poder. Se formos falar de corrupção, precisaríamos de um dia inteiro para tentar explorar o assunto. É um tema de fácil compreensão, embora sua explicação e sua natureza  sejam complexas.

 

O que me deixa mais estarrecido é que, se a Lava Jato tiver continuidade, Michel Temer não será o último peixe graúdo a ser preso. Se ir a fundo, outros nomes tradicionais poderão aparecer com as mãos algemadas, independente da denominação partidária. Sim, a sigla política não importa porque a corrupção é uma chaga que afeta a todos, do PT, passando pelo MDB e PSDB ao imaculado PSL, com suas candidaturas laranjas.

 

Como já frisado, a corrupção é um comportamento passível do ser humano. Mas em se tratando de política, a única forma viável para minimizar (não acabar! É impossível. Mas minimizar) é fazendo uma reforma profunda na política. A gente está sob a tutela de um regime de presidencialismo de coalizão, que é o pior que existe e é um terreno fértil para atos de corrupção, a começar pelo toma lá, da cá e outras trocas de favores.  A prova disso está aí e a gente vê todo dia nos telejornais.

 

O problema de uma eventual discussão sobre essa reforma é que ela seria articulada, formulada e analisada por figuras politicas, que certamente não teriam interesse pleno por uma mudança no sistema. E outra, qual regime político adotaríamos? Ou que fosse o mais próximo possível da nossa realidade? Sinceramente, eu não sei!

 

É o típico caso de que é preciso mudança, mas não sabemos qual caminho seguir!!!

 

Enquanto indagamos sobre isso, a qualquer momento alguém poderá ser preso.