Nossa Opinião

06 nov 18 | 6h00 Por Rádio Aliança

Merísio e Mariani: Quando uma coligação vira "colcha de retalho"

Amontoado de partidos serviu somente para que Merísio chegasse no segundo turno e só!

Merísio e Mariani: Quando uma coligação vira "colcha de retalho"
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As análises das eleições continuam mesmo depois do pleito do segundo turno, ocorrido no fim de semana retrasado. O resultado desse ano continua ecoando e o assunto vai render por um bom tempo. Com menos intensidade, já que o calor do momento já passou e a poeira está baixando. Porém, toda a análise que se faz agora é para prospecção.


Indo direto ao ponto! O quê dizer da coligação que sustentou a candidatura tanto Gelson Merísio, do PSD, como a de Mauro Mariani, do MDB, ao governo de Santa Catarina? No primeiro caso, bem verdade que ela foi fundamental para conduzir o candidato do Oeste para o segundo turno. Porém, essa coligação se afogou na "onda" no segundo turno, em que uma candidatura de um único partido acabou surfando na crista.


A coligação que sustentou a candidatura de Merísio reuniu, além do próprio PSD, o DEM, PCdoB, PDT, PHS, Podemos, PP, PRB, Pros, PSB, PSC, e Solidariedade, configurando-se a maior coligação dessas eleições. Depois veio o MDB, com oito siglas partidárias. Porém, como todos sabem, de nada adiantou para Mauro Mariani, que ficou no primeiro turno, mesmo com todo “aquele povo” manifestando, ou, supostamente manifestando apoio.

 

Bem verdade, que um dos objetivos dessas coligações volumosas é ter para o candidato cabeça de chapa o ativo eleitoral das siglas envolvidas, ou seja, votos. Tática que vinha funcionando nos últimos anos, mas que mesmo assim nunca foi uma garantia de vitória certa. Haja vista, que sempre pode ver alguma liderança descontente, não trabalhar e fazer com que o grupo ande com o freio de mão puxado.


É difícil numa condição dessas tomar decisão que agrade todos os companheiros de coligação. Por exemplo, Merísio, ao anunciar que apoiaria Bolsonaro para Presidente da República provocou reações em partidos de sua coligação que tinham candidato a Palácio do Planalto, como o Podemos, de Álvaro Dias. Também houve o fato de um deputado estadual, Gabriel Ribeiro, do próprio partido de Merísio, anunciar voto ao comandante Moisés, do PSL, que em tese seria adversário no segundo turno.


Mas essas coligações mirabolantes também encontram nos próprios partidos o seu foco de interesse. Muitos aceitaram tal situação nestas eleições por causa da Cláusula de Barreira. Também conhecida como cláusula de exclusão ou cláusula de desempenho. É uma norma que impede ou restringe o funcionamento parlamentar ao partido que não alcançar determinado percentual de votos. Dentre as restrições está a perda de recurso do fundo partidário e restrição de tempo de propaganda eleitoral em rede nacional de rádio e TV. Só por essa razão, dá para sentir o drama.


Por fim, independente das intenções, objetivos e aspirações, as eleições de 2018 deram um recado claro de que os amontoados gigantescos de partidos perderam ainda mais importância na corrida eleitoral. Coligações são feitas de partidos, partidos são feitos de pessoas e pessoas acabam sendo volúveis conforme seus pensamentos. Ou seja, estar de corpo presente em uma trincheira, mas com o seu alinhamento em outra paragem. Penso que as coligações vão continuar existindo, mas não mais no formato "colcha de retalhos".

 

06 nov 18 | 6h00 Por Rádio Aliança

Merísio e Mariani: Quando uma coligação vira "colcha de retalho"

Amontoado de partidos serviu somente para que Merísio chegasse no segundo turno e só!

Merísio e Mariani: Quando uma coligação vira "colcha de retalho"

As análises das eleições continuam mesmo depois do pleito do segundo turno, ocorrido no fim de semana retrasado. O resultado desse ano continua ecoando e o assunto vai render por um bom tempo. Com menos intensidade, já que o calor do momento já passou e a poeira está baixando. Porém, toda a análise que se faz agora é para prospecção.


Indo direto ao ponto! O quê dizer da coligação que sustentou a candidatura tanto Gelson Merísio, do PSD, como a de Mauro Mariani, do MDB, ao governo de Santa Catarina? No primeiro caso, bem verdade que ela foi fundamental para conduzir o candidato do Oeste para o segundo turno. Porém, essa coligação se afogou na "onda" no segundo turno, em que uma candidatura de um único partido acabou surfando na crista.


A coligação que sustentou a candidatura de Merísio reuniu, além do próprio PSD, o DEM, PCdoB, PDT, PHS, Podemos, PP, PRB, Pros, PSB, PSC, e Solidariedade, configurando-se a maior coligação dessas eleições. Depois veio o MDB, com oito siglas partidárias. Porém, como todos sabem, de nada adiantou para Mauro Mariani, que ficou no primeiro turno, mesmo com todo “aquele povo” manifestando, ou, supostamente manifestando apoio.

 

Bem verdade, que um dos objetivos dessas coligações volumosas é ter para o candidato cabeça de chapa o ativo eleitoral das siglas envolvidas, ou seja, votos. Tática que vinha funcionando nos últimos anos, mas que mesmo assim nunca foi uma garantia de vitória certa. Haja vista, que sempre pode ver alguma liderança descontente, não trabalhar e fazer com que o grupo ande com o freio de mão puxado.


É difícil numa condição dessas tomar decisão que agrade todos os companheiros de coligação. Por exemplo, Merísio, ao anunciar que apoiaria Bolsonaro para Presidente da República provocou reações em partidos de sua coligação que tinham candidato a Palácio do Planalto, como o Podemos, de Álvaro Dias. Também houve o fato de um deputado estadual, Gabriel Ribeiro, do próprio partido de Merísio, anunciar voto ao comandante Moisés, do PSL, que em tese seria adversário no segundo turno.


Mas essas coligações mirabolantes também encontram nos próprios partidos o seu foco de interesse. Muitos aceitaram tal situação nestas eleições por causa da Cláusula de Barreira. Também conhecida como cláusula de exclusão ou cláusula de desempenho. É uma norma que impede ou restringe o funcionamento parlamentar ao partido que não alcançar determinado percentual de votos. Dentre as restrições está a perda de recurso do fundo partidário e restrição de tempo de propaganda eleitoral em rede nacional de rádio e TV. Só por essa razão, dá para sentir o drama.


Por fim, independente das intenções, objetivos e aspirações, as eleições de 2018 deram um recado claro de que os amontoados gigantescos de partidos perderam ainda mais importância na corrida eleitoral. Coligações são feitas de partidos, partidos são feitos de pessoas e pessoas acabam sendo volúveis conforme seus pensamentos. Ou seja, estar de corpo presente em uma trincheira, mas com o seu alinhamento em outra paragem. Penso que as coligações vão continuar existindo, mas não mais no formato "colcha de retalhos".