Nossa Opinião

24 out 18 | 6h00 Por Rádio Aliança

O próximo Presidente da República não vai ter vida fácil

Sentar e negociar com o centrão vai ser uma das premissas para manter a governabilidade, assim como já acontece.

O próximo Presidente da República não vai ter vida fácil
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Enquanto que um lado acusa o outro disso e daquilo, bolsonaristas contestam petistas e petistas contestam bolsonaristas, uma coisa é certa! O próximo Presidente da República, independente de quem seja, não terá vida fácil.
Esqueçam as poções mágicas e as fórmulas mirabolantes que estão sendo ditas pelos dois candidatos para colocar o Brasil nos eixos. As coisas não vão estar mudadas para melhor já no dia dois de janeiro, assim como um estalar de dedos. Certamente não ocorrerão durante o próximo governo e, talvez, ainda estaremos aqui para ver acontecer. 


Independente de quem será o próximo Presidente da República, ele pegará um país com as contas públicas deficitárias na casa dos bilhões, uma economia em estado de recessão, um país carregado de desconfiança dos investidores internacionais e mergulhado numa crise política. O mais grave é a divisão do país, entre eles e nós ou nós e eles. Por si só, isso ilustra o tamanho do abacaxi que o próximo Presidente da República terá que descascar.


Essas dificuldades serão aumentadas se combinadas com as dificuldades naturais e particulares de cada candidato, seja declarações, passado, rotulações e por aí vai.  Características que cada um tem e que mais comprometem do que ajudam.


Tem também a questão da governabilidade. Embora o discurso da necessidade da ruptura com a velha política ser uma constante nos lábios do povo e dos próprios candidatos, o próximo Presidente da República, inevitavelmente, vai ter que negociar com o chamado "centrão", no Congresso Nacional. Esse bloco vinha ditando, continua ditando e pelo jeito vai continuar dando as cartas na política brasileira. Muitas decisões mais recentes do centrão frutificaram em situações que nós estamos vendo, estarrecidos, nos jornais e na TV. Embora tenha perdido parlamentares, o blocão integrado pelo DEM, PP, PR, Solidariedade, PRB, PSC e PTB vai manter o controle de postos-chave da Câmara dos Deputados, entre eles a Presidência da Casa.


Bem verdade que o centrão perdeu parlamentares, mas continua representativo e influente. Sentar com esses partidos vai ser uma premissa para o próximo Presidente da República ter a condição de governar.

 

Então, meus amigos! Podem esquecer. O Presidente da República será uma novidade. Mas as práticas para manter a governabilidade serão as mesmas de sempre.


Independente de quem seja o próximo Presidente, eu não boto fé que vá mudar alguma coisa. Estou sendo realista. Um realismo cruel de quem não se deixa encantar pela fala fácil, mas que absorve, compara e analisa tudo que é dito nos meios de comunicação. Enfim, um realismo quem tem a disposição de sentir as dores do ato de pensar.


Se você amigo ouvinte ou leitor acredita que o país passará a ser um “comercial de margarina ou de sandália Ryder” a partir do próximo dia dois de janeiro, eu respeito o seu sentimento! Mas por favor, tenha uma dose de realismo para amenizar uma iminente frustração. Passada a euforia ou medo da eleição, todos nós, independente de para quem depositaremos o voto, vamos colocar as duas mãos no rosto e nos perguntar: e agora? 


A mercê do resultado, duas coisas são certas! O próximo Presidente não terá vida fácil e nós vamos continuar andando e procurando criar uma luz no fim do túnel.

 

 

24 out 18 | 6h00 Por Rádio Aliança

O próximo Presidente da República não vai ter vida fácil

Sentar e negociar com o centrão vai ser uma das premissas para manter a governabilidade, assim como já acontece.

O próximo Presidente da República não vai ter vida fácil

Enquanto que um lado acusa o outro disso e daquilo, bolsonaristas contestam petistas e petistas contestam bolsonaristas, uma coisa é certa! O próximo Presidente da República, independente de quem seja, não terá vida fácil.
Esqueçam as poções mágicas e as fórmulas mirabolantes que estão sendo ditas pelos dois candidatos para colocar o Brasil nos eixos. As coisas não vão estar mudadas para melhor já no dia dois de janeiro, assim como um estalar de dedos. Certamente não ocorrerão durante o próximo governo e, talvez, ainda estaremos aqui para ver acontecer. 


Independente de quem será o próximo Presidente da República, ele pegará um país com as contas públicas deficitárias na casa dos bilhões, uma economia em estado de recessão, um país carregado de desconfiança dos investidores internacionais e mergulhado numa crise política. O mais grave é a divisão do país, entre eles e nós ou nós e eles. Por si só, isso ilustra o tamanho do abacaxi que o próximo Presidente da República terá que descascar.


Essas dificuldades serão aumentadas se combinadas com as dificuldades naturais e particulares de cada candidato, seja declarações, passado, rotulações e por aí vai.  Características que cada um tem e que mais comprometem do que ajudam.


Tem também a questão da governabilidade. Embora o discurso da necessidade da ruptura com a velha política ser uma constante nos lábios do povo e dos próprios candidatos, o próximo Presidente da República, inevitavelmente, vai ter que negociar com o chamado "centrão", no Congresso Nacional. Esse bloco vinha ditando, continua ditando e pelo jeito vai continuar dando as cartas na política brasileira. Muitas decisões mais recentes do centrão frutificaram em situações que nós estamos vendo, estarrecidos, nos jornais e na TV. Embora tenha perdido parlamentares, o blocão integrado pelo DEM, PP, PR, Solidariedade, PRB, PSC e PTB vai manter o controle de postos-chave da Câmara dos Deputados, entre eles a Presidência da Casa.


Bem verdade que o centrão perdeu parlamentares, mas continua representativo e influente. Sentar com esses partidos vai ser uma premissa para o próximo Presidente da República ter a condição de governar.

 

Então, meus amigos! Podem esquecer. O Presidente da República será uma novidade. Mas as práticas para manter a governabilidade serão as mesmas de sempre.


Independente de quem seja o próximo Presidente, eu não boto fé que vá mudar alguma coisa. Estou sendo realista. Um realismo cruel de quem não se deixa encantar pela fala fácil, mas que absorve, compara e analisa tudo que é dito nos meios de comunicação. Enfim, um realismo quem tem a disposição de sentir as dores do ato de pensar.


Se você amigo ouvinte ou leitor acredita que o país passará a ser um “comercial de margarina ou de sandália Ryder” a partir do próximo dia dois de janeiro, eu respeito o seu sentimento! Mas por favor, tenha uma dose de realismo para amenizar uma iminente frustração. Passada a euforia ou medo da eleição, todos nós, independente de para quem depositaremos o voto, vamos colocar as duas mãos no rosto e nos perguntar: e agora? 


A mercê do resultado, duas coisas são certas! O próximo Presidente não terá vida fácil e nós vamos continuar andando e procurando criar uma luz no fim do túnel.