Concórdia

15 out 18 | 17h27 Por Rádio Aliança

Polícia Federal indicia Abílio Diniz, ex-BRF, dentro da Operação Trapaça

Ex-diretor global da companhia, Pedro de Faria, também foi indiciado.

Polícia Federal indicia Abílio Diniz, ex-BRF, dentro da Operação Trapaça
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A Polícia Federal indiciou o empresário Abilio Diniz nos autos da Operação Trapaça por estelionato, organização criminosa e falsidade ideológica. Outros 42 investigados também foram indiciados. Na lista está o ex-diretor presidente
global da BRF Pedro de Faria, também suspeito por crime contra saúde pública. 

 

A Trapaça, desdobramento da Operação Carne Fraca, foi deagrada em março deste ano.  A operação tinha como alvo um esquema de fraudes descoberto na empresa BRF, gigante do setor de carnes e processados. No relatório de 405 páginas o delegado Mauricio Moscardi, da Polícia Federal em Curitiba, afirma que, a partir da análise de conversas por mensagens de e-mails e WhatsApp, "concluiu-se que a prática das condutas delitivas não se restringia ao círculo das equipes técnica e gerencial das fábricas da BRF". "Há, de fato, a participação do corpo diretivo da empresa na trama investigada, o qual tinha ciência de seu modus operandi, e que, não somente se omitiu em relação a fazer cessá-lo, mas, também, participou comissivamente dos atos de ocultação das fraudes, norteando sua execução", aponta o delegado.


"Destaca-se a participação ativa, em caso envolvendo a detecção de resíduo tóxico em carne de frango pelas autoridades chinesas (Dioxina), de Pedro de Andrade Faria (à época diretor-presidente global do Grupo BRF), Abílio dos Santos Diniz (à época presidente do Conselho da BRF) e José Carlos Reis de Magalhães Neto, sócio da Tarpon Investimentos (empresa detentora de "aproximadamente" 7% do capital aberto do Grupo BRF, segundo
informações prestadas por Pedro Faria em sede policial)."


O delegado cita, no relatório, uma conversa ocorrida em um grupo do Whatsapp, do qual faziam parte Pedro Faria, Abílio Diniz e José Carlos Reis de Magalhães Neto. O grupo, segundo a PF, foi criado em 12 de dezembro de 2014.


"O contexto das conversas indica o conhecimento do corpo executivo do Grupo BRF sobre a ocorrência de detecção de substâncias nocivas à saúde humana em produtos oriundos das plantas industriais da empresa. Abílio Diniz e Pedro Faria, pela posição hierárquica que ostentavam no quadro corporativo do Grupo, possuíam plena capacidade de orientar os círculos sob sua subordinação a tomar as medidas técnicas e ecazes, em âmbito sanitário, para que se determinasse a causa-raiz da contaminação química dos produtos destinados ao consumo e a regularização do processo industrial", indica o delegado.

 

Segundo o investigador, "o que ocorreu foram tão somente a lamentação dos executivos pelo vazamento de informação já conhecida ('Abilio e Zeca, infelizmente alguém do ministério vazou a informação')", a interlocução sobre o ocorrido e também "a tomada de medidas de "abafar" a disseminação dos fatos descritos em matéria veiculada na imprensa nacional.


O início da conversa ocorreu em 9 de setembro de 2015. Pedro Faria enviou aos empresários uma matéria do jornal "O Estado de S. Paulo" que tratava da suspensão da venda de frango de 2 unidades da BRF e da Bello Alimentos pela China.


Na avaliação da PF, "o grupo agia de forma organizada e mantinha comunicação permanente, objetivando iludir auditorias, programadas ou inopinadas, em plantas industriais da BRF, eventos nos quais produtos irregulares eram retirados de depósito e escondidos da fiscalização".


"A mesma prática era adotada em caso de auditoria de entes estrangeiros, para que as condições de scalização
estivessem em conformidade adequada a receber as acreditações necessárias para a continuidade de seu processo fabril, e destinação dos produtos, havendo sempre o retorno à rotina irregular de operação tão logo cessassem os
atos de auditoria", relata o delegado.

 

(Fonte: Infomoney)

15 out 18 | 17h27 Por Rádio Aliança

Polícia Federal indicia Abílio Diniz, ex-BRF, dentro da Operação Trapaça

Ex-diretor global da companhia, Pedro de Faria, também foi indiciado.

Polícia Federal indicia Abílio Diniz, ex-BRF, dentro da Operação Trapaça

A Polícia Federal indiciou o empresário Abilio Diniz nos autos da Operação Trapaça por estelionato, organização criminosa e falsidade ideológica. Outros 42 investigados também foram indiciados. Na lista está o ex-diretor presidente
global da BRF Pedro de Faria, também suspeito por crime contra saúde pública. 

 

A Trapaça, desdobramento da Operação Carne Fraca, foi deagrada em março deste ano.  A operação tinha como alvo um esquema de fraudes descoberto na empresa BRF, gigante do setor de carnes e processados. No relatório de 405 páginas o delegado Mauricio Moscardi, da Polícia Federal em Curitiba, afirma que, a partir da análise de conversas por mensagens de e-mails e WhatsApp, "concluiu-se que a prática das condutas delitivas não se restringia ao círculo das equipes técnica e gerencial das fábricas da BRF". "Há, de fato, a participação do corpo diretivo da empresa na trama investigada, o qual tinha ciência de seu modus operandi, e que, não somente se omitiu em relação a fazer cessá-lo, mas, também, participou comissivamente dos atos de ocultação das fraudes, norteando sua execução", aponta o delegado.


"Destaca-se a participação ativa, em caso envolvendo a detecção de resíduo tóxico em carne de frango pelas autoridades chinesas (Dioxina), de Pedro de Andrade Faria (à época diretor-presidente global do Grupo BRF), Abílio dos Santos Diniz (à época presidente do Conselho da BRF) e José Carlos Reis de Magalhães Neto, sócio da Tarpon Investimentos (empresa detentora de "aproximadamente" 7% do capital aberto do Grupo BRF, segundo
informações prestadas por Pedro Faria em sede policial)."


O delegado cita, no relatório, uma conversa ocorrida em um grupo do Whatsapp, do qual faziam parte Pedro Faria, Abílio Diniz e José Carlos Reis de Magalhães Neto. O grupo, segundo a PF, foi criado em 12 de dezembro de 2014.


"O contexto das conversas indica o conhecimento do corpo executivo do Grupo BRF sobre a ocorrência de detecção de substâncias nocivas à saúde humana em produtos oriundos das plantas industriais da empresa. Abílio Diniz e Pedro Faria, pela posição hierárquica que ostentavam no quadro corporativo do Grupo, possuíam plena capacidade de orientar os círculos sob sua subordinação a tomar as medidas técnicas e ecazes, em âmbito sanitário, para que se determinasse a causa-raiz da contaminação química dos produtos destinados ao consumo e a regularização do processo industrial", indica o delegado.

 

Segundo o investigador, "o que ocorreu foram tão somente a lamentação dos executivos pelo vazamento de informação já conhecida ('Abilio e Zeca, infelizmente alguém do ministério vazou a informação')", a interlocução sobre o ocorrido e também "a tomada de medidas de "abafar" a disseminação dos fatos descritos em matéria veiculada na imprensa nacional.


O início da conversa ocorreu em 9 de setembro de 2015. Pedro Faria enviou aos empresários uma matéria do jornal "O Estado de S. Paulo" que tratava da suspensão da venda de frango de 2 unidades da BRF e da Bello Alimentos pela China.


Na avaliação da PF, "o grupo agia de forma organizada e mantinha comunicação permanente, objetivando iludir auditorias, programadas ou inopinadas, em plantas industriais da BRF, eventos nos quais produtos irregulares eram retirados de depósito e escondidos da fiscalização".


"A mesma prática era adotada em caso de auditoria de entes estrangeiros, para que as condições de scalização
estivessem em conformidade adequada a receber as acreditações necessárias para a continuidade de seu processo fabril, e destinação dos produtos, havendo sempre o retorno à rotina irregular de operação tão logo cessassem os
atos de auditoria", relata o delegado.

 

(Fonte: Infomoney)