Nossa Opinião

28 set 18 | 17h37 Por Rádio Aliança

A vizinha região gaúcha está vivendo o seu "cangaço dos tempos modernos"

Assalto simultâneo a três agências em Paim Filho já está deixando de ser novidade na região norte do RS.

A vizinha região gaúcha está vivendo o seu "cangaço dos tempos modernos"
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A comparação pode ser injusta, mas a forma de agir tem algumas similaridades. O norte do Rio Grande do Sul está vivendo o seu "cangaço do tempo moderno". Nesta sexta-feira, dia 28, mais uma cidade do vizinho estado, ou, vizinha região foi dominada por bandidos que, de forma coordenada e simultânea, assaltaram uma agência bancária e duas agências de cooperativas de crédito. Mais uma vez, a população foi feita refém e utilizada como "escudo" ou "corrente" humana.


Já perdi as contas de quantas cidades pequenas já sofreram ações dessa natureza no vizinho estado e o que mais chama atenção, boa parte perto de nós, aqui do Alto Uruguai de Santa Catarina. Todos municípios pequenos e com pouco efetivo ou aparelhamento policial para fazer enfrentamento. 


A forma é a mesma, chegam de surpresa, fortemente armados, atacam, rendem, saqueiam e fogem. Menos mal que não há derramamento de sangue. Não há reação. A resignação do povo é o que lhe salva. É obedecer o bandido armado e encapuzado! Pronto, tudo fica bem.


Mas essa não é uma chaga do vizinho povo gaúcho. Esse tipo de ação também aconteceu em Santa Catarina. Porém, foram de madrugada. Os mais próximos de nós aqui e que ainda estão vivos na memória foram em Irani e em Presidente Castello Branco. Também ocorreram explosões de agências bancárias em municípios de regiões vizinhas como Arroio Trinta e Salto Veloso. Porém, a incidência aqui em Santa Catarina, na nossa região, é bem menor que a região Norte do Rio Grande do Sul.


Pode parecer exagero - reconheço que é uma comparação que pode ser injusta - mas dá para afirmar e há elementos para isso de que as pequenas cidades vizinhas do estado gaúcho estão vivendo o seu "cangaço da era moderna".


O cangaço foi um movimento do banditismo brasileiro ocorrido em várias regiões do Nordeste do país, nas duas primeiras décadas do século passado. Homens em grupo vagavam pelas cidades em busca de justiça e vingança pela falta de emprego, alimento e cidadania, causando o desordenamento da rotina dos camponeses (fonte Wikipédia).


As motivações são um pouco diferentes naquele período lá e atualmente aqui, mas a ação criminosa se assemelha, guardadas as devidas proporções. O pouco e desaparelhado efetivo policial nestes municípios inibe qualquer enfrentamento imediato, no sentido de evitar a ação. Acaba sendo um chamariz para essas quadrilhas. A resposta do Estado até vem no pós-evento, mas nem sempre com o êxito da captura dos bandidos e com a recuperação dos valores levados.


Enquanto se aguarda uma ação efetiva do Estado para inibir esse crime, a população dos pequenos municípios devem estar se perguntando: quando e onde será o próximo assalto?

 

 

28 set 18 | 17h37 Por Rádio Aliança

A vizinha região gaúcha está vivendo o seu "cangaço dos tempos modernos"

Assalto simultâneo a três agências em Paim Filho já está deixando de ser novidade na região norte do RS.

A vizinha região gaúcha está vivendo o seu "cangaço dos tempos modernos"

A comparação pode ser injusta, mas a forma de agir tem algumas similaridades. O norte do Rio Grande do Sul está vivendo o seu "cangaço do tempo moderno". Nesta sexta-feira, dia 28, mais uma cidade do vizinho estado, ou, vizinha região foi dominada por bandidos que, de forma coordenada e simultânea, assaltaram uma agência bancária e duas agências de cooperativas de crédito. Mais uma vez, a população foi feita refém e utilizada como "escudo" ou "corrente" humana.


Já perdi as contas de quantas cidades pequenas já sofreram ações dessa natureza no vizinho estado e o que mais chama atenção, boa parte perto de nós, aqui do Alto Uruguai de Santa Catarina. Todos municípios pequenos e com pouco efetivo ou aparelhamento policial para fazer enfrentamento. 


A forma é a mesma, chegam de surpresa, fortemente armados, atacam, rendem, saqueiam e fogem. Menos mal que não há derramamento de sangue. Não há reação. A resignação do povo é o que lhe salva. É obedecer o bandido armado e encapuzado! Pronto, tudo fica bem.


Mas essa não é uma chaga do vizinho povo gaúcho. Esse tipo de ação também aconteceu em Santa Catarina. Porém, foram de madrugada. Os mais próximos de nós aqui e que ainda estão vivos na memória foram em Irani e em Presidente Castello Branco. Também ocorreram explosões de agências bancárias em municípios de regiões vizinhas como Arroio Trinta e Salto Veloso. Porém, a incidência aqui em Santa Catarina, na nossa região, é bem menor que a região Norte do Rio Grande do Sul.


Pode parecer exagero - reconheço que é uma comparação que pode ser injusta - mas dá para afirmar e há elementos para isso de que as pequenas cidades vizinhas do estado gaúcho estão vivendo o seu "cangaço da era moderna".


O cangaço foi um movimento do banditismo brasileiro ocorrido em várias regiões do Nordeste do país, nas duas primeiras décadas do século passado. Homens em grupo vagavam pelas cidades em busca de justiça e vingança pela falta de emprego, alimento e cidadania, causando o desordenamento da rotina dos camponeses (fonte Wikipédia).


As motivações são um pouco diferentes naquele período lá e atualmente aqui, mas a ação criminosa se assemelha, guardadas as devidas proporções. O pouco e desaparelhado efetivo policial nestes municípios inibe qualquer enfrentamento imediato, no sentido de evitar a ação. Acaba sendo um chamariz para essas quadrilhas. A resposta do Estado até vem no pós-evento, mas nem sempre com o êxito da captura dos bandidos e com a recuperação dos valores levados.


Enquanto se aguarda uma ação efetiva do Estado para inibir esse crime, a população dos pequenos municípios devem estar se perguntando: quando e onde será o próximo assalto?