Nossa Opinião

13 set 18 | 6h00 Por Rádio Aliança

Concórdia merece o Jasc, mas o Jasc não merece Concórdia

Diferente de muitos, penso que não há nada para lamentar a ida do evento para Jaraguá do Sul, em 2020.

Concórdia merece o Jasc, mas o Jasc não merece Concórdia
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Quer saber?! Ainda bem que os Jogos Abertos de Santa Catarina foram para Jaraguá do Sul, em 2020. Concórdia ficou pelo caminho, ficou! Mas essa derrota está longe de ser um demérito da Capital do Trabalho na disputa para sediar o maior evento poliesportivo de Santa Catarina. Há situações que precisam ser compreendidas integralmente no seu contexto antes de analisarmos o resultado. Neste prisma estão os Jogos Abertos de Santa Catarina.


Não é de agora que os Jasc precisam de uma reformulação profunda em seu formato. Isso já vem sendo avisado há muito tempo e esse clamor ecoa pelos quatro cantos do estado. Há anos, os Jogos Abertos deixaram de ser empolgantes. A competição não tem mais o mesmo vigor dos anos 80 e 90. Decaiu em qualidade e em interesse. É só ver a presença de público nos ginásios e a baixa cobertura da mídia, que antes era presença ostensiva nas cidades-sede e agora se resume a um ou outro repórter "gato-pingado" dando informação.


Além do pouco público e pouco interesse da imprensa, os Jasc terão que lidar com outro problema que se tornou latente na competição desse ano, em Caçador. O pouco interesse, ou talvez um desdém, de alguns municípios. Só para se ter uma ideia, houve oito casos de W.O na modalidade de Vôlei de Praia. Ou seja, representantes de oito municípios por alguma razão não compareceram em Caçador, não jogaram e "perderam sem suar a camisa". Também teve um caso de W.O no basquetebol masculino e dois no tênis de campo. Para mim, isso é inédito! Sem falar que equipes estão disputando os Jasc com atletas que se inserem em categorias inferiores ao adulto. Por exemplo, Joinville disputou o futsal masculino com atletas sub-20, apesar de ter uma equipe adulta disputando a Liga Nacional. Por fim, conforme a imprensa de Caçador, um ciclista de Biguaçu viajou quase 400 km para disputar os Jasc e, ao chegar no local, descobriu que não estava inscrito.


Ou seja, os sintomas de decadência dos Jasc estão ficando cada vez mais visíveis e algo precisa ser feito para revigorar a nossa "olimpíada estadual". Do jeito que tá, não dá! Os Jogos Abertos estão caminhando para se tornar um evento custoso e cada vez mais vazio. Já comentei sobre isso, mas um dos caminhos é rever a periodicidade da competição. Uma ideia é fazer a cada dois anos, não mais anualmente. Assim teria um tempo maior para organizar o evento de uma edição para outra.


Por tudo isso, eu digo que nessas condições não é viável trazer os Jasc para Concórdia. A última vez que a maior cidade da Amauc sediou uma edição dos Jogos Abertos foi em 1997. Naquele ano, lembro bem, foi um sucesso absoluto. Mas eram outros tempos.  


Sei que o meu pensamento diverge da mentalidade de atletas, técnicos e dirigentes que levam e elevam o nome de Concórdia no esporte. Disputar uma competição dessa envergadura em casa é um privilégio. Sei também que para algumas modalidades, o Jasc é o principal evento no calendário e muitos nutrem um carinho muito grande pela competição. 


Por fim, quero dizer que Concórdia merece o Jasc, porém o Jasc - do jeito que tá - não merece Concórdia.


Boa sorte a Jaraguá do Sul em 2020!

 

13 set 18 | 6h00 Por Rádio Aliança

Concórdia merece o Jasc, mas o Jasc não merece Concórdia

Diferente de muitos, penso que não há nada para lamentar a ida do evento para Jaraguá do Sul, em 2020.

Concórdia merece o Jasc, mas o Jasc não merece Concórdia

Quer saber?! Ainda bem que os Jogos Abertos de Santa Catarina foram para Jaraguá do Sul, em 2020. Concórdia ficou pelo caminho, ficou! Mas essa derrota está longe de ser um demérito da Capital do Trabalho na disputa para sediar o maior evento poliesportivo de Santa Catarina. Há situações que precisam ser compreendidas integralmente no seu contexto antes de analisarmos o resultado. Neste prisma estão os Jogos Abertos de Santa Catarina.


Não é de agora que os Jasc precisam de uma reformulação profunda em seu formato. Isso já vem sendo avisado há muito tempo e esse clamor ecoa pelos quatro cantos do estado. Há anos, os Jogos Abertos deixaram de ser empolgantes. A competição não tem mais o mesmo vigor dos anos 80 e 90. Decaiu em qualidade e em interesse. É só ver a presença de público nos ginásios e a baixa cobertura da mídia, que antes era presença ostensiva nas cidades-sede e agora se resume a um ou outro repórter "gato-pingado" dando informação.


Além do pouco público e pouco interesse da imprensa, os Jasc terão que lidar com outro problema que se tornou latente na competição desse ano, em Caçador. O pouco interesse, ou talvez um desdém, de alguns municípios. Só para se ter uma ideia, houve oito casos de W.O na modalidade de Vôlei de Praia. Ou seja, representantes de oito municípios por alguma razão não compareceram em Caçador, não jogaram e "perderam sem suar a camisa". Também teve um caso de W.O no basquetebol masculino e dois no tênis de campo. Para mim, isso é inédito! Sem falar que equipes estão disputando os Jasc com atletas que se inserem em categorias inferiores ao adulto. Por exemplo, Joinville disputou o futsal masculino com atletas sub-20, apesar de ter uma equipe adulta disputando a Liga Nacional. Por fim, conforme a imprensa de Caçador, um ciclista de Biguaçu viajou quase 400 km para disputar os Jasc e, ao chegar no local, descobriu que não estava inscrito.


Ou seja, os sintomas de decadência dos Jasc estão ficando cada vez mais visíveis e algo precisa ser feito para revigorar a nossa "olimpíada estadual". Do jeito que tá, não dá! Os Jogos Abertos estão caminhando para se tornar um evento custoso e cada vez mais vazio. Já comentei sobre isso, mas um dos caminhos é rever a periodicidade da competição. Uma ideia é fazer a cada dois anos, não mais anualmente. Assim teria um tempo maior para organizar o evento de uma edição para outra.


Por tudo isso, eu digo que nessas condições não é viável trazer os Jasc para Concórdia. A última vez que a maior cidade da Amauc sediou uma edição dos Jogos Abertos foi em 1997. Naquele ano, lembro bem, foi um sucesso absoluto. Mas eram outros tempos.  


Sei que o meu pensamento diverge da mentalidade de atletas, técnicos e dirigentes que levam e elevam o nome de Concórdia no esporte. Disputar uma competição dessa envergadura em casa é um privilégio. Sei também que para algumas modalidades, o Jasc é o principal evento no calendário e muitos nutrem um carinho muito grande pela competição. 


Por fim, quero dizer que Concórdia merece o Jasc, porém o Jasc - do jeito que tá - não merece Concórdia.


Boa sorte a Jaraguá do Sul em 2020!