Os obstáculos para a inserção dos imigrantes haitianos na sociedade concordiense foram debatidos entre o Ministério Público Federal e a Oscip Niara, que trata das questões ligadas a pessoa negra, em Concórdia. 

Conforme o presidente da Oscip, Ary Barreiros Jr, um dos assuntos discutidos foi a dificuldade para convalidar o diploma de curso superior ou de qualquer outra formação desses imigrantes, que não conseguem trabalhar no Brasil pela falta de reconhecimento e isso dificulta a inserção deles no mercado de trabalho, para as funções para as quais eles estudaram.

Outra questão discutida foi buscar a facilidade desses imigrantes em ter acesso ao ensino da língua portuguesa, já que uma das dificuldades de boa parte dos haitianos é a comunicação. "Nós temos plena consciência da dificuldade que eles têm. Alguns, que já estão há mais tempo, conseguem se comunicar. Outros não. Isso pode provocar uma série de riscos a esses imigrantes", destaca

Por fim, foi discutida a possibilidade do Município de Concórdia, através de cobrança do MPF, em apagar algumas manifestações racistas, que foram pixadas em pontos de ônibus, em alguns pontos do município. "A gente passa pelas rodovias e percebe que essas escritas lá permanecem", destaca Ary.

Outra questão abordada durante o encontro, na sede da Oscip Niara, para discutir a concessão de vistos a esses imigrantes para trabalharem no país. O assunto será discutido em um possível seminário, por intermédio da Polícia Federal. "O objetivo é legalizar a estada desses cidadãos, que não são somente haitianos, e facilitar o acesso deles a essa documentação", completa.

Os assuntos foram levados pela própria organização ao Ministério Público, que por sua vez deu retorno nesta semana.