Durante a sessão desta segunda-feira, os vereadores discutiram a Moção 3/2018 de iniciativa dos vereadores Edno Gonçalves (PDT), André Rizelo (PT) e Closmar Zagonel (PMDB) que será encaminhada a três esferas de governo, com o objetivo de que órgãos públicos possam adotar medidas em defesa dos produtores de leite. A justificativa é que a “grave crise registrada nos últimos meses, provoca instabilidade de preço e de renda para muitas famílias”.

Closmar Zagonel (PMDB) comentou que muitas famílias esperam medidas para ajudar o setor. Conforme ele, muitos produtores acabam se adaptando e investindo na propriedade, por meio de financiamentos e agora existe a dificuldade para se fazer o pagamento, já que a retração no preço é constante. “A nossa região tem uma produção exemplar, mas os agricultores precisam deste apoio”, destaca.

O vereador André Rizelo (PT) disse que existem relatos que mais de 500 produtores teriam deixado à atividade da bovinocultura de leite nos últimos anos na região. Além disso, para se produzir matéria prima de qualidade é necessário investimento em animais com genética avançada e em tecnologias para a ordenha e armazenagem do produto. “O produtor precisa ter uma renda, uma política pública de renda mínima”, destacou.

Edno Gonçalves (PDT) pontuou que a importação de leite dos outros países também acaba por prejudicar o mercado brasileiro. “O custo de produção aumenta e o valor pago diminui. Um exemplo é o preço da energia elétrica e do diesel, utilizados e necessários para se manter uma propriedade. Tudo isso faz com que a renda do produtor, das famílias acabe por encolher”, lamentou ao pedir que se pressione por políticas públicas para proteger o agronegócio brasileiro e ressaltar que a região Oeste é a maior bacia leiteira de Santa Catarina.

Os vereadores Mauro Fretta (PSB) e Valcir Zanella (PSDB) também se manifestaram na tribuna de forma favorável a moção. “Ainda em outubro do ano passado havia levantado a preocupação com a redução nos preços. As medidas de impedir a entrada de leite uruguaio no Brasil ajudaram, mas ainda não parece ser o suficiente”, destacou Fretta, que demonstrou ainda preocupação com a legislação catarinense que passou a permitir a comercialização de produção e venda de queijos artesanais de leite cru em Santa Catarina.

Zanella acrescentou que também conhece diversos casos de famílias que acabaram desistindo de trabalhar com a bovinocultura de leite, justamente porque estariam tendo prejuízos. Ele lamentou que a situação chegado a este ponto, porque para algumas famílias o rendimento do leite era mensal.

Já o vereador Evandro Pegoraro (PT) sugeriu que a moção também seja entregue as lideranças políticas e do agronegócio que deverão se fazer presentes na Tecnoeste, que será realizada a partir desta quarta-feira, 21, em Santo Antônio. “Nós sabemos que o leite é para muitas famílias a renda do mês. A lavoura e até mesmo suínos e aves são atividades que demoram um pouco mais para que o produtor tenha retorno. Então nós sabemos que ao ter a atividade com boa rentabilidade é uma forma de movimentar toda a cadeia produtiva, que passa desde o mercado, lojas, agropecuárias. Por isso, minha sugestão de entregar este documento em mãos, para sensibilizar e buscar medidas que ajudem os agricultores”, sugeriu.

A Moção 3/2018 será enviada ao Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ao governador em exercício de SC, Eduardo Pinho Moreira, ao Secretário de Estado de Agricultura, Moacir Sopelsa.

(Fonte: Divaleia Casagrande/Ascom/Câmara de Vereadores)