Educação

02 nov 17 | 12h22 Por Rádio Aliança

Professor diz que falar de gênero na escola está previsto em lei

Ivandro Pissolo entregou no Legislativo uma carta de repúdio às notificações extrajudiciais sugeridas por Guzzatto

Professor diz que falar de gênero na escola está previsto em lei
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O professor Ivandro Pissolo fez uma carta de repúdio à estratégia do vereador Anderson Guzzatto (PR), que durante esta semana se manifestou contra o debate sobre a ideologia de gênero nas escolas. Na opinião de Ivandro Pissolo, que é formado em Filosofia e possui mestrado em História, essa manifestação do vereador “criminaliza e intimida as escolas e professores”. O documento foi protocolado na Câmara de Vereadores de Concórdia na tarde da quarta-feira, dia 1º de novembro.

 

Esse debate em Concórdia veio à tona depois de o vereador solicitar à UNC, organizadora da Mosisc, que não permitisse a exposição de um trabalho de uma escola de São Bento do Sul, que tratava o tema gênero. Durante a semana o vereador informou na imprensa que iria distribuir notificações extrajudiciais para que os pais tivessem a opção de não autorizar os filhos a participar de debates sobre ideologia de gênero.

 

Na carta do professor Ivandro ele escreve que esses tipos de debates estão previstos nas legislações que tratam de educação. Ele cita um decreto que foi assinado pelo presidente Michel Temer neste ano, que diz que a escola tem obrigação de desenvolver programas que “visem o respeito à diversidade de gênero e orientação sexual, ao enfrentamento da violência, ao desenvolvimento sustentável (...)”.

 

Ivandro Pissolo ainda ressalta que não questiona a opinião do vereador Anderson Guzzatto, mas repudia a estratégia de incentivo às notificações extrajudiciais. “A partir do momento que ele induz, organiza e orienta os pais que levem até a escola dos seus filhos uma notificação informando que as escolas estão impedidas de participar de debates sobre esse assunto, ele fere a função social da escola”, destaca. O professor também comenta que falar sobre esses temas está estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), na Constituição Federal e nos decretos mais recentes do governo federal.

 

Ivandro Pissolo ainda diz que a ideia da notificação extrajudicial afasta a família da escola. “Ela também induz aos pais menos avisados que a escola está errada ao abordar esses temas. Então ela criminaliza e intimida o professor”, pontua.

 

O professor afirma que os alunos têm curiosidade e necessidade de informações sobre esses temas polêmicos. “A escola tem a obrigação de mostrar o mundo que nos cerca. É um grande engano acreditar que as crianças de hoje não pesquisam e engolem as curiosidades. Eu prefiro, como pai, que as minhas crianças pesquisem de forma orientada e o professor tem total condições de fazer isso”, argumenta.

 

 No documento entregue na Câmara de Vereadores o professor pede que se dêem encaminhamentos às manifestações dessa carta. Ele também sugere que se analise a legalidade dessas notificações extrajudiciais.

 

02 nov 17 | 12h22 Por Rádio Aliança

Professor diz que falar de gênero na escola está previsto em lei

Ivandro Pissolo entregou no Legislativo uma carta de repúdio às notificações extrajudiciais sugeridas por Guzzatto

Professor diz que falar de gênero na escola está previsto em lei

O professor Ivandro Pissolo fez uma carta de repúdio à estratégia do vereador Anderson Guzzatto (PR), que durante esta semana se manifestou contra o debate sobre a ideologia de gênero nas escolas. Na opinião de Ivandro Pissolo, que é formado em Filosofia e possui mestrado em História, essa manifestação do vereador “criminaliza e intimida as escolas e professores”. O documento foi protocolado na Câmara de Vereadores de Concórdia na tarde da quarta-feira, dia 1º de novembro.

 

Esse debate em Concórdia veio à tona depois de o vereador solicitar à UNC, organizadora da Mosisc, que não permitisse a exposição de um trabalho de uma escola de São Bento do Sul, que tratava o tema gênero. Durante a semana o vereador informou na imprensa que iria distribuir notificações extrajudiciais para que os pais tivessem a opção de não autorizar os filhos a participar de debates sobre ideologia de gênero.

 

Na carta do professor Ivandro ele escreve que esses tipos de debates estão previstos nas legislações que tratam de educação. Ele cita um decreto que foi assinado pelo presidente Michel Temer neste ano, que diz que a escola tem obrigação de desenvolver programas que “visem o respeito à diversidade de gênero e orientação sexual, ao enfrentamento da violência, ao desenvolvimento sustentável (...)”.

 

Ivandro Pissolo ainda ressalta que não questiona a opinião do vereador Anderson Guzzatto, mas repudia a estratégia de incentivo às notificações extrajudiciais. “A partir do momento que ele induz, organiza e orienta os pais que levem até a escola dos seus filhos uma notificação informando que as escolas estão impedidas de participar de debates sobre esse assunto, ele fere a função social da escola”, destaca. O professor também comenta que falar sobre esses temas está estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), na Constituição Federal e nos decretos mais recentes do governo federal.

 

Ivandro Pissolo ainda diz que a ideia da notificação extrajudicial afasta a família da escola. “Ela também induz aos pais menos avisados que a escola está errada ao abordar esses temas. Então ela criminaliza e intimida o professor”, pontua.

 

O professor afirma que os alunos têm curiosidade e necessidade de informações sobre esses temas polêmicos. “A escola tem a obrigação de mostrar o mundo que nos cerca. É um grande engano acreditar que as crianças de hoje não pesquisam e engolem as curiosidades. Eu prefiro, como pai, que as minhas crianças pesquisem de forma orientada e o professor tem total condições de fazer isso”, argumenta.

 

 No documento entregue na Câmara de Vereadores o professor pede que se dêem encaminhamentos às manifestações dessa carta. Ele também sugere que se analise a legalidade dessas notificações extrajudiciais.