Estado

18 abr 17 | 20h16 Por Rádio Aliança

Colombo quebra silêncio e fala sobre delações de ex-executivos da Odebrecht

Governador nega que tenha pedido dinheiro para caixa dois.

Colombo quebra silêncio e fala sobre delações de ex-executivos da Odebrecht
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O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), rompeu o silêncio quase uma semana após a divulgação do conteúdo de delações de ex-executivos da Odebrecht ao Ministério Público Federal. Nos depoimentos, os delatores afirmam que o governador teria pedido dinheiro para caixa 2 de campanha. Outros políticos de Santa Catarina também foram citados em vídeos das delações da Operação Lava Jato.

Nesta terça-feira (18), ele concedeu entrevista a veículos de imprensa em Brasília, da qual participou a repórter da RBS TV Carolina Bahia. Até então, Colombo e integrantes de seu partido só haviam se manifestado por meio de nota do governo estadual.

"Em nenhum momento pedimos ajuda de caixa 2", disse o governador na entrevista desta terça.

"Isto não aconteceu. O delator não está falando a verdade. Aliás, o outro delator disse que não viu isso acontecer. Isso foi uma iniciativa equivocada e mentirosa do delator. Nós não pedimos dinheiro de caixa 2".

Leia trechos das delações dois dois ex-executivos sobre a cronologia dos supostos encontros.

Colombo também negou que alguém tivesse pedido dinheiro em seu nome. "Ninguém pediu, esses recursos não foram pedidos. Nós não íamos jamais pedir isso. A gente conhece uma pessoa e dez minutos depois no aeroporto vai pedir dinheiro? Quem faria isso? Eu jamais faria. Aliás, o outro delator disse que não viu pedir. Então é realmente uma afirmação que não é correta", disse, referindo-se à afirmação dos delatores de que Colombo pediu R$ 2 milhões em contribuição de campanha não contabilizada, em um encontro na sala VIP do Aeroporto de Congonhas, em 2010.

Reuniões com a Odebrecht

O governador foi questionado especificamente se teve reuniões com a Odebrecht para negociar recursos de campanha. "Não, não aconteceu isso. O governo do Estado recebeu ao longo desses seis anos e quatro meses centenas de empresas do Brasil, do exterior, todas foram bem recebidas e sempre a gente estava acompanhado de mais gente do governo para tratar de assuntos que fossem importante, e nós tivemos sucesso em muitos deles. A Odebrecht era uma das maiores empresas do Brasil e o fato de recebê-las é ato absolutamente normal e praticado pelo governo como todas as outras, inclusive do próprio setor".

Ele foi perguntado se suas campanhas tiveram recursos de caixa 2. “Esses números são absurdos, isso é totalmente fora da realidade e como eu disse, a legislação, até 2014, ela permitia e era uma prática comum para manter o processo eleitoral que todos os candidatos pedissem ajuda de campanha, e isso era feito, e então declarado na Justiça Eleitoral. Então não há esses números e não foi feito esse pedido.”

Casan

O governador também falou sobre a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). "O mais importante de tudo é que o governo do estado não vendeu nenhuma ação da Casan, não tem nenhum contrato com a Odebrecht, não realizou nenhum pagamento e a Casan continua exatamente pública como ela era", disse.

"Então, não há nenhuma negociação com a Odebrecht que tenha prosperado", continuou o governador. "E talvez isso seja uma decepção para eles e foi a melhor escolha para o governo. E agora está se mostrando a melhor solução política para a gente também, porque fica bem claro e se separa joio do trigo. A Odebrecht não realizou nenhum negócio com o governo, não comprou nenhuma ação, e o governo também não vendeu nenhuma ação. As relações se encerram aí", afirmou.

Análise do STJ sobre abertura de inquérito

Com base nos documentos investigados, caberá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir pela abertura ou não de inquérito contra o governador. “Se houver abertura de inquérito, não há nenhuma desonra nisso", disse Colombo. "Quer dizer, é a melhor forma que tem, se houver, de a gente poder esclarecer os fatos, levar toda a contraprova, levar todos os nossos argumentos. Eu não sei como isso vai tramitar, mas eu estou inteiro à disposição para esclarecer todos os fatos, como é do meu dever, e farei isso”.

O governador também foi questionado sobre a declaração do empresário Marcelo Odebrecht, de que nenhuma campanha funciona até hoje sem caixa 2, e novamente perguntado se teve dinheiro de caixa 2 em sua campanha em algum momento.

“Olha, sempre que houve abordagem de pedir recursos, que é natural, até 2014 a lei era assim, todo mundo praticava isso. Jamais a gente iria pedir dinheiro em caixa 2 porque isso cria todo um transtorno", disse Colombo.

"Quer dizer, é muito difícil isso", disse o governador. "Então, quando você pedir recursos para a campanha, você pedia os recursos oficiais. E era assim que era o procedimento padrão. Evidentemente que cada empresa estabelecia o seu interesse, a sua conveniência, e aí vai ter que ser investigado e vai ter que ser olhado lá. E nós estamos prontos com uma transparência para prestar contas disso”.

O governador afirmou que ainda não teve acesso ao processo. "Mas assim que nós tivermos o acesso, porque a Justiça é (...) É muita coisa, nosso advogado está ali nesse momento, mas não conseguiu, nós vamos poder esclarecer todos esses fatos, ponto por ponto. Podem ter certeza, nós vamos continuar o nosso trabalho com muita fé, com muita coragem e com muito bom resultado para Santa Catarina continuar se desenvolvendo, enfrentando a crise com sucesso e vencendo essas dificuldades".

Colombo classificou o momento como "difícil". "Um momento de dor, de sofrimento, mas a gente precisa ter uma força mais forte do que a gente mesmo tem, aumentar ainda mais a nossa fé para continuar prestando serviço. Até porque a vida dos trabalhadores continua e eles precisam que a gente cumpra o nosso dever perante a gestão pública", afirmou.

"Nós vamos continuar trabalhando até o último dia para realizar o melhor trabalho, e com a mesma intensidade e com a mesma fé nós vamos poder esclarecer todos esses pontos, um por um, para que ninguém tenha nenhuma dúvida. Esse é meu dever e minha maior vontade, nós vamos conseguir fazer isso, pode acreditar” , disse o governador.

(Fonte: G1 Santa Catarina).

18 abr 17 | 20h16 Por Rádio Aliança

Colombo quebra silêncio e fala sobre delações de ex-executivos da Odebrecht

Governador nega que tenha pedido dinheiro para caixa dois.

Colombo quebra silêncio e fala sobre delações de ex-executivos da Odebrecht

O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), rompeu o silêncio quase uma semana após a divulgação do conteúdo de delações de ex-executivos da Odebrecht ao Ministério Público Federal. Nos depoimentos, os delatores afirmam que o governador teria pedido dinheiro para caixa 2 de campanha. Outros políticos de Santa Catarina também foram citados em vídeos das delações da Operação Lava Jato.

Nesta terça-feira (18), ele concedeu entrevista a veículos de imprensa em Brasília, da qual participou a repórter da RBS TV Carolina Bahia. Até então, Colombo e integrantes de seu partido só haviam se manifestado por meio de nota do governo estadual.

"Em nenhum momento pedimos ajuda de caixa 2", disse o governador na entrevista desta terça.

"Isto não aconteceu. O delator não está falando a verdade. Aliás, o outro delator disse que não viu isso acontecer. Isso foi uma iniciativa equivocada e mentirosa do delator. Nós não pedimos dinheiro de caixa 2".

Leia trechos das delações dois dois ex-executivos sobre a cronologia dos supostos encontros.

Colombo também negou que alguém tivesse pedido dinheiro em seu nome. "Ninguém pediu, esses recursos não foram pedidos. Nós não íamos jamais pedir isso. A gente conhece uma pessoa e dez minutos depois no aeroporto vai pedir dinheiro? Quem faria isso? Eu jamais faria. Aliás, o outro delator disse que não viu pedir. Então é realmente uma afirmação que não é correta", disse, referindo-se à afirmação dos delatores de que Colombo pediu R$ 2 milhões em contribuição de campanha não contabilizada, em um encontro na sala VIP do Aeroporto de Congonhas, em 2010.

Reuniões com a Odebrecht

O governador foi questionado especificamente se teve reuniões com a Odebrecht para negociar recursos de campanha. "Não, não aconteceu isso. O governo do Estado recebeu ao longo desses seis anos e quatro meses centenas de empresas do Brasil, do exterior, todas foram bem recebidas e sempre a gente estava acompanhado de mais gente do governo para tratar de assuntos que fossem importante, e nós tivemos sucesso em muitos deles. A Odebrecht era uma das maiores empresas do Brasil e o fato de recebê-las é ato absolutamente normal e praticado pelo governo como todas as outras, inclusive do próprio setor".

Ele foi perguntado se suas campanhas tiveram recursos de caixa 2. “Esses números são absurdos, isso é totalmente fora da realidade e como eu disse, a legislação, até 2014, ela permitia e era uma prática comum para manter o processo eleitoral que todos os candidatos pedissem ajuda de campanha, e isso era feito, e então declarado na Justiça Eleitoral. Então não há esses números e não foi feito esse pedido.”

Casan

O governador também falou sobre a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). "O mais importante de tudo é que o governo do estado não vendeu nenhuma ação da Casan, não tem nenhum contrato com a Odebrecht, não realizou nenhum pagamento e a Casan continua exatamente pública como ela era", disse.

"Então, não há nenhuma negociação com a Odebrecht que tenha prosperado", continuou o governador. "E talvez isso seja uma decepção para eles e foi a melhor escolha para o governo. E agora está se mostrando a melhor solução política para a gente também, porque fica bem claro e se separa joio do trigo. A Odebrecht não realizou nenhum negócio com o governo, não comprou nenhuma ação, e o governo também não vendeu nenhuma ação. As relações se encerram aí", afirmou.

Análise do STJ sobre abertura de inquérito

Com base nos documentos investigados, caberá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir pela abertura ou não de inquérito contra o governador. “Se houver abertura de inquérito, não há nenhuma desonra nisso", disse Colombo. "Quer dizer, é a melhor forma que tem, se houver, de a gente poder esclarecer os fatos, levar toda a contraprova, levar todos os nossos argumentos. Eu não sei como isso vai tramitar, mas eu estou inteiro à disposição para esclarecer todos os fatos, como é do meu dever, e farei isso”.

O governador também foi questionado sobre a declaração do empresário Marcelo Odebrecht, de que nenhuma campanha funciona até hoje sem caixa 2, e novamente perguntado se teve dinheiro de caixa 2 em sua campanha em algum momento.

“Olha, sempre que houve abordagem de pedir recursos, que é natural, até 2014 a lei era assim, todo mundo praticava isso. Jamais a gente iria pedir dinheiro em caixa 2 porque isso cria todo um transtorno", disse Colombo.

"Quer dizer, é muito difícil isso", disse o governador. "Então, quando você pedir recursos para a campanha, você pedia os recursos oficiais. E era assim que era o procedimento padrão. Evidentemente que cada empresa estabelecia o seu interesse, a sua conveniência, e aí vai ter que ser investigado e vai ter que ser olhado lá. E nós estamos prontos com uma transparência para prestar contas disso”.

O governador afirmou que ainda não teve acesso ao processo. "Mas assim que nós tivermos o acesso, porque a Justiça é (...) É muita coisa, nosso advogado está ali nesse momento, mas não conseguiu, nós vamos poder esclarecer todos esses fatos, ponto por ponto. Podem ter certeza, nós vamos continuar o nosso trabalho com muita fé, com muita coragem e com muito bom resultado para Santa Catarina continuar se desenvolvendo, enfrentando a crise com sucesso e vencendo essas dificuldades".

Colombo classificou o momento como "difícil". "Um momento de dor, de sofrimento, mas a gente precisa ter uma força mais forte do que a gente mesmo tem, aumentar ainda mais a nossa fé para continuar prestando serviço. Até porque a vida dos trabalhadores continua e eles precisam que a gente cumpra o nosso dever perante a gestão pública", afirmou.

"Nós vamos continuar trabalhando até o último dia para realizar o melhor trabalho, e com a mesma intensidade e com a mesma fé nós vamos poder esclarecer todos esses pontos, um por um, para que ninguém tenha nenhuma dúvida. Esse é meu dever e minha maior vontade, nós vamos conseguir fazer isso, pode acreditar” , disse o governador.

(Fonte: G1 Santa Catarina).