Política

12 abr 17 | 6h41 Por Rádio Aliança

Delatores citam caixa 2 na campanha de Raimundo Colombo em 2010

A ex-senadora Ideli Salvatti e outros quatro políticos do Estado também terão pedidos de investigação analisados

Delatores citam caixa 2 na campanha de Raimundo Colombo em 2010
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Além de mandar investigar 98 políticos em 74 inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin também deu andamento, por meio de petições, aos casos de outros nomes citados nas delações de executivos da Odebrecht e que devem ser analisados por outras instâncias da Justiça. Entre eles, está o governador Raimundo Colombo (PSD).

 

Por volta das 23h30min de ontem, a equipe do Diário Catarinense teve acesso ao teor da petição de número 6.762, em que consta a informação de que os delatores Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Paulo Roberto Welzel relataram "o pagamento de vantagens, no valor de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), de forma não contabilizada" para a campanha de Colombo em 2010. 

 

Segundo o texto do documento, a negociação teria sido intermediada por Ênio Branco "e os valores foram entregues a José Carlos Oneda". De acordo com os delatores, a contrapartida da doação ilegal "em caso de vitória eleitoral" seria "o favorecimento do Grupo Odebrecht na área de saneamento básico". A petição que cita Colombo foi remetida ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde são analisadas as ações que envolvem governadores. 

 

Mais cinco catarinenses terão casos analisados 

 

Além do governador, a ex-senadora Ideli Salvatti (PT) e outros quatro políticos de Santa Catarina terão pedidos de investigação analisados em diferentes instâncias da justiça. 

 

O caso que envolve o deputado estadual Jean Kuhlmann (PSD) também terá foro diferenciado. O DC também teve acesso à petição de Fachin sobre o parlamentar, em que consta a acusação, por parte dos delatores da empreiteira, de que ele teria recebido R$ 65,6 mil em 2004, quando era vereador em Blumenau, pela facilitação de recebimento de faturas de serviços prestados e não pagos. 

 

Kuhlmann também teria recebido R$ 50 mil por meio de caixa 2 quando foi candidato a prefeito de Blumenau em 2012. Por ser deputado estadual, o pessedista teve o caso remetido ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em Porto Alegre. 

 

Os outros políticos catarinenses citados não contam com prerrogativa de foro e terão os casos analisados em primeira instância, na Justiça Federal em Santa Catarina. 

 

Uma das petições reúne Ideli Salvatti e o ex-prefeito de Joinville Carlito Merss (PT). Completam a lista os ex-prefeitos Jaison Cardoso de Souza (PSDB), de Imbituba, e Roberto Carlos de Souza (PSDB), de Navegantes. Carlito, Jaison e Roberto Carlos eram citados nas planilhas de supostas doações da Odebrecht para mais de 200 políticos que vazou em março de 2016, assim como Colombo.

 

As petições remetidas a outros foros

 

Carlito Merss e Ideli Salvatti – Ex-prefeito e ex-ministra (PT) – PET 6754 – Justiça Federal de SC

Jaison Cardoso Souza (PSDB) – Ex-prefeito de Imbituba – PET 6670 – Justiça Federal de SC 

Jean Jackson Kuhlmann (PSD) – Deputado estadual – PET 6858 – TRF da 4ª Região

João Raimundo Colombo (PSD) – Governador de SC –PET 6762 – STJ

Roberto Carlos de Souza (PSDB) – ex-prefeito de Navegantes – PET 6825 – Justiça Federal de SC 

 

O que dizem os citados

 

Carlito Merss (PT) - A reportagem tentou contato por telefone em três horários diferentes, mas não houve retorno.

 

Ideli Salvatti (PT) - A ex-ministra Ideli Salvatti afirma que teve conhecimento da existência dessa petição de encaminhamento à Justiça Federal de SC pela imprensa. Por isso, não teve acesso ao conteúdo para se pronunciar. Afirma que está à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos.

 

Jaison Cardoso Souza (PSDB) e Roberto Carlos de Souza (PSDB) - O presidente estadual do PSDB, deputado estadual Marcos Vieira, diz que não tem conhecimento de nenhum filiado envolvido na lista divulgada ontem. Os dois citados não foram localizados pela reportagem.

 

Jean Jackson Kuhlmann (PSD) - "Recebo com surpresa a informação de que meu nome consta em petição remetida para o 4º TRF, referente às investigações divulgadas nesta terça-feira pelo Supremo Tribunal Federal. Jamais tratei de qualquer assunto relacionado a campanhas eleitorais, e sobretudo recursos para campanhas, com empregados e executivos e empresas citadas, tampouco conheço qualquer um deles. Minhas contas eleitorais sempre foram aprovadas e apresentadas dentro do rigor que exige a Justiça Eleitoral, e dentro da transparência pela qual sempre pautei minha trajetória. Confio no bom trabalho da Justiça, e tenho certeza que as investigações irão mostrar a verdade dos fatos. Meu maior interesse é que essa situação seja esclarecida, o quanto antes."

 

João Raimundo Colombo (PSD) - "Conforme foi informado desde a primeira vez, a empresa Odebrecht não tem nenhum contrato, obra ou projeto com o Governo do Estado de Santa Catarina, não tendo sequer participado de licitações desde o início da atual administração em janeiro de 2011. O Governo do Estado aguarda a abertura do sigilo das informações para prestar todos os esclarecimentos cabíveis."

 

Fonte: Diário Catarinense

12 abr 17 | 6h41 Por Rádio Aliança

Delatores citam caixa 2 na campanha de Raimundo Colombo em 2010

A ex-senadora Ideli Salvatti e outros quatro políticos do Estado também terão pedidos de investigação analisados

Delatores citam caixa 2 na campanha de Raimundo Colombo em 2010

Além de mandar investigar 98 políticos em 74 inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin também deu andamento, por meio de petições, aos casos de outros nomes citados nas delações de executivos da Odebrecht e que devem ser analisados por outras instâncias da Justiça. Entre eles, está o governador Raimundo Colombo (PSD).

 

Por volta das 23h30min de ontem, a equipe do Diário Catarinense teve acesso ao teor da petição de número 6.762, em que consta a informação de que os delatores Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Paulo Roberto Welzel relataram "o pagamento de vantagens, no valor de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), de forma não contabilizada" para a campanha de Colombo em 2010. 

 

Segundo o texto do documento, a negociação teria sido intermediada por Ênio Branco "e os valores foram entregues a José Carlos Oneda". De acordo com os delatores, a contrapartida da doação ilegal "em caso de vitória eleitoral" seria "o favorecimento do Grupo Odebrecht na área de saneamento básico". A petição que cita Colombo foi remetida ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde são analisadas as ações que envolvem governadores. 

 

Mais cinco catarinenses terão casos analisados 

 

Além do governador, a ex-senadora Ideli Salvatti (PT) e outros quatro políticos de Santa Catarina terão pedidos de investigação analisados em diferentes instâncias da justiça. 

 

O caso que envolve o deputado estadual Jean Kuhlmann (PSD) também terá foro diferenciado. O DC também teve acesso à petição de Fachin sobre o parlamentar, em que consta a acusação, por parte dos delatores da empreiteira, de que ele teria recebido R$ 65,6 mil em 2004, quando era vereador em Blumenau, pela facilitação de recebimento de faturas de serviços prestados e não pagos. 

 

Kuhlmann também teria recebido R$ 50 mil por meio de caixa 2 quando foi candidato a prefeito de Blumenau em 2012. Por ser deputado estadual, o pessedista teve o caso remetido ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em Porto Alegre. 

 

Os outros políticos catarinenses citados não contam com prerrogativa de foro e terão os casos analisados em primeira instância, na Justiça Federal em Santa Catarina. 

 

Uma das petições reúne Ideli Salvatti e o ex-prefeito de Joinville Carlito Merss (PT). Completam a lista os ex-prefeitos Jaison Cardoso de Souza (PSDB), de Imbituba, e Roberto Carlos de Souza (PSDB), de Navegantes. Carlito, Jaison e Roberto Carlos eram citados nas planilhas de supostas doações da Odebrecht para mais de 200 políticos que vazou em março de 2016, assim como Colombo.

 

As petições remetidas a outros foros

 

Carlito Merss e Ideli Salvatti – Ex-prefeito e ex-ministra (PT) – PET 6754 – Justiça Federal de SC

Jaison Cardoso Souza (PSDB) – Ex-prefeito de Imbituba – PET 6670 – Justiça Federal de SC 

Jean Jackson Kuhlmann (PSD) – Deputado estadual – PET 6858 – TRF da 4ª Região

João Raimundo Colombo (PSD) – Governador de SC –PET 6762 – STJ

Roberto Carlos de Souza (PSDB) – ex-prefeito de Navegantes – PET 6825 – Justiça Federal de SC 

 

O que dizem os citados

 

Carlito Merss (PT) - A reportagem tentou contato por telefone em três horários diferentes, mas não houve retorno.

 

Ideli Salvatti (PT) - A ex-ministra Ideli Salvatti afirma que teve conhecimento da existência dessa petição de encaminhamento à Justiça Federal de SC pela imprensa. Por isso, não teve acesso ao conteúdo para se pronunciar. Afirma que está à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos.

 

Jaison Cardoso Souza (PSDB) e Roberto Carlos de Souza (PSDB) - O presidente estadual do PSDB, deputado estadual Marcos Vieira, diz que não tem conhecimento de nenhum filiado envolvido na lista divulgada ontem. Os dois citados não foram localizados pela reportagem.

 

Jean Jackson Kuhlmann (PSD) - "Recebo com surpresa a informação de que meu nome consta em petição remetida para o 4º TRF, referente às investigações divulgadas nesta terça-feira pelo Supremo Tribunal Federal. Jamais tratei de qualquer assunto relacionado a campanhas eleitorais, e sobretudo recursos para campanhas, com empregados e executivos e empresas citadas, tampouco conheço qualquer um deles. Minhas contas eleitorais sempre foram aprovadas e apresentadas dentro do rigor que exige a Justiça Eleitoral, e dentro da transparência pela qual sempre pautei minha trajetória. Confio no bom trabalho da Justiça, e tenho certeza que as investigações irão mostrar a verdade dos fatos. Meu maior interesse é que essa situação seja esclarecida, o quanto antes."

 

João Raimundo Colombo (PSD) - "Conforme foi informado desde a primeira vez, a empresa Odebrecht não tem nenhum contrato, obra ou projeto com o Governo do Estado de Santa Catarina, não tendo sequer participado de licitações desde o início da atual administração em janeiro de 2011. O Governo do Estado aguarda a abertura do sigilo das informações para prestar todos os esclarecimentos cabíveis."

 

Fonte: Diário Catarinense